O Bahia entrará em campo, logo mais, no Barradão, pela decisão do Estadual-2012, podendo se inspirar no que aconteceu há exatos dez anos. Na verdade, dez anos e um dia. Era o jogo de ida da última final de campeonato conquistada pelo Tricolor: o Nordestão de 2002. Relembre a reportagem que publicamos na época, além do vídeo da partida (e BBMP!):
`05/05/2002 – 19h17
BAHIA DÁ SHOW E REVERTE VANTAGEM
Salvador parou para assistir ao primeiro BA-Vi decisivo pelo título do Campeonato do Nordeste. A carga máxima de ingressos foi vendida, o que fez a Fonte Nova entrar em festa. O Tricolor precisava vencer, e bem, para reverter a vantagem do rival e jogar com tranqüilidade no Barradão.
E foi exatamente isso que aconteceu. Apoiado com cerca de 70% do estádio de azul, vermelho e branco (67 mil pagantes), o Bahia realizou uma bela apresentação, e deu show no Octávio Mangabeira. O triunfo de 3 a 1 foi ameno para o Vitória-BA, que deve estar até agora dando graças a Deus por não ter sofrido uma goleada histórica.
Na busca pelo bi, o Esquadrão de Aço inicou o jogo com bastante garra, demonstrando que ali aconteceria uma grande batalha. O domínio tricolor começou a se evidenciar quando, após uma cobrança de escanteio, o goleiro Paulo Musse saiu mal, demonstrando o estado de espírito de sua equipe. O primeiro lance de maior perigo só aconteceu aos 19 minutos, com uma boa finalização de canhota de Nonato, mas que Musse defendeu.
Entretanto, três minutos depois, o atacante não perdoou. Em jogada inusitada, Ramalho lançou bem para Nonato livre, que em condição legal e mostrando frieza atípica, guardou no fundo das redes.
A Nação Tricolor ainda comemorava quando, aos 31 minutos, a zaga do Bahia marcou bobeira pela direita e deixou Allann Delon, sozinho, cruzar na cabeça de Samir, que empatou o embate.
Porém, a reação tricolor foi imediata. Aos 35, foi a vez da pequena torcida do time de Canabrava se calar rapidamente. Numa linda jogada, (lembrando um lance do último BA-Vi pelo Brasileirão) Robson passou por Índio, foi até a linha de fundo e cruzou. A bola encontrou a cabeça de Sérgio Alves, que concluiu no contra-pé de Paulo Musse, isolando-se ainda mais na artilharia do certame.
Antes, Nonato quase marcara, também de cabeça, com a bola tirando tinta.
A partida seguia eletrizante. Numa jogada linda, o Bahia teve chance de ampliar. Sérgio Alves recebeu na intermediária e tocou de calcanhar para Nonato. O atacante devolveu para Sérgio que, deu um banho de cuia no zagueiro adversário. Finalizando a tabelinha, ele cruzou para Nonato, mas o árbitro Carlos Eugênio Simon já tinha marcado impedimento (uma pena).
No mesmo ritmo forte do jogo, estava a catimba dos jogadores. Ao terminar a primeira etapa, os atletas se estranharam, empurrando uns aos outros na entrada dos vestiários.
Na volta do intervalo, o Esquadrão de Aço conseguiu retornar melhor ainda. A partir daí, foi o clássico de um time só.
Aproveitando-se das inúmeras falhas do rubro-negro, os perigosos contra-ataques do Bahia começaram a aparecer. Depois de Preto quase fazer um gol olímpico, Nonato tocou para Sérgio, que achou Robson livre. O atacante driblou Índio e chutou com displicência, perdendo uma grande chance.
Numa outra falha individual do Vitória-BA, aos 15 minutos, Allann Delon caiu sozinho e armou um bom contra-ataque para o Bahia. Nonato limpou para Sérgio Alves chutar forte e por cima, perdendo uma excelente oportunidade.
Na seqüência, Robson realizou uma boa jogada, mas seu chute passou raspando a trave direita do goleiro rubro-negro.
Aos 22, um lance polêmico. Robson foi derrubado e a torcida tricolor já comemorava pênalti. No entanto, o árbitro brasileiro que vai à Copa achou que o lance foi fora da área. Na cobrança, Preto obrigou Paulo Musse a fazer defesa espetacular.
Logo em seguida, Ramalho cruzou da direita para Robson, que, de voleio, mandou por cima do gol. A Fonte Nova estava na expectativa do 3º tento tricolor, que era questão de tempo para ocorrer.
E não teve jeito. Aos 27, Marcelo Heleno falhou de forma bisonha e deixou Nonato invadir desde o meio-campo. Num lance “mágico”, ele deu um toquinho por entre dois jogadores do Vitória-BA, deixando Robson na cara do gol para, enfim, assinalar o tão esperado tento tricolor.
O estádio tremia. A Nação Tricolor era só alegria e o inevitável grito de “olé” tomou conta do Octávio Mangabeira.
Nervoso, o rubro-negro se perdia em campo, e culminou com a expulsão do descontrolado Marcelo Heleno. Baixando o nível, ele covardemente agrediu (deu um pisão no rosto) Preto, que estava dando um baile no rival.
Fim de jogo e de festa tricolor. No próximo domingo, as equipes se encontram de novo, agora no Barradão. Assim, para conquistar o BI do regional, o Esquadrão pode até perder por um gol de diferença.
Fica a convocação para que a torcida tricolor invada o Manoel Barradas e empurre o clube rumo “a mais um, mais um título de glória”.`
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