De Daniel Dórea, para o jornal A Tarde desta terça-feira:
`Hoje à noite, na premiação oficial no Hotel Fiesta, ele provavelmente será eleito o craque do Baianão. Prêmio que, se confirmado, será mais do que merecido. Afinal, sua grandiosa participação no título tricolor é indiscutível: seis gols e 12 assistências.
No entanto, Gabriel Santana Pinho não cede tão fácil assim. O excesso de modéstia o impede de constatar o óbvio. Eu fui o melhor o quê, rapaz? Tem muita gente boa aí, rebate, sentado no sofá da casa da vovó, Dona Maria José, no Jardim Cruzeiro, onde foi criado.
Para ficar mais perto do Fazendão, Gabriel mora atualmente em um condomínio no Jardim das Margaridas. Porém, ele (que é neto de Flávio, campeão brasileiro de 1959) gosta mesmo é da Cidade Baixa. Tanto que, logo depois do Ba-Vi decisivo em que voltou a ser destaque -com um gol e uma assistência-, foi correndo para seu verdadeiro lar.
Na esquina mais tricolor da Rua Almirante Barroso, familiares e amigos comemoravam juntos após muito sofrimento. E recebiam Gabriel como um astro local. Às vezes eles me tratam como estrela mesmo. Não gosto muito, não, admite, enquanto pede para duas meninas esperarem um pouco antes de terem suas camisas autografadas.
Na verdade, o garoto gosta mesmo é de ser gente comum. Depois, quando as coisas se acalmaram um pouco, desci pra ficar de resenha com a galera na praça. Mas fui dormir cedo, umas 10 e meia, garante.
Ontem, acordou por volta de 9 horas e nem saiu de casa. Depois de comer o almoço da avó, recebeu a reportagem com cara de sono e vestido só de bermuda e chinelo.
Tô cansado. Foi muito jogo nesses últimos dias. Ganhar esse título foi uma emoção única, mas não tem muito tempo pra comemoração. Na quinta já tem jogo importante contra o Grêmio e a gente precisa fazer um bom resultado pra levar pro Olímpico, diz ele, de olho também na Copa do Brasil, que seria inédita para o clube.
Valeu, Lomba! – Sobre a inesquecível final contra o Vitória, ele destaca os pontos cruciais após assistir aos lances pela TV: O que mais me chamou a atenção foi a defesa de Lomba na cabeçada de Victor Ramos. O que foi aquilo? Na hora eu jurava que ia ser gol.
Sobre os lances polêmicos, concordou com a marcação do pênalti a favor do rival e disse que o goleiro rubro-negro Douglas, apesar de ter falhado no seu gol, fez milagre em cabeçada de Rafael Donato.
Em relação ao craque do campeonato, também faz sua análise. Eu votaria em Souza, mas outros arrebentaram: Donato, Neto Baiano, Uelliton e Danilo Cruz (Feirense), listou.
Mais importante do que essa lista, no entanto, é ressaltar que o Bahia voltou a ser campeão após 10 anos. E Gabriel, tricolor desde pequeno, que viu da arquibancada e pela TV os títulos do Estadual de 2001 e do Nordestão de 2002, pôde vibrar novamente, agora como atleta. É um prazer imenso ser campeão pelo time que sempre torci. Uma bela história de amor.`
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