Falcão defende renegados e manda recado a críticos

O técnico Paulo Roberto Falcão destacou após o empate sem gols com o Santos, pela estreia no Campeonato Brasileiro, a luta dos seus jogadores durante os 90 minutos. Segundo o treinador, o tempo de recuperação entre a derrota para o Grêmio e este duelo foi curto. Ele também aproveitou para enaltecer o time santista e defender jogadores criticados pela torcida.

“Criamos algumas situações. Por obrigação e respeito pelos jogadores que comando, tenho que lembrar algumas situações. Na quinta, tivemos um desgaste grande, debaixo de chuva, assim como esta noite. Fizemos um bom segundo tempo, mas o empate não é injusto e ficou bem. O Santos tem muita qualidade. O goleiro (Aranha) é muito bom. Borges era titular até pouco tempo, assim como Léo e Rentería. O Bruno Aguiar esteve até na equipe que enfrentou o Barcelona (no Mundial, em dezembro)… E eles estavam descansados. Agora, já temos mais uma pedreira na quinta-feira”, disse, referindo-se ao Grêmio, pela Copa do Brasil.

“O primeiro tempo também não foi ruim, não. Nós tivemos apenas que acertar algumas coisas como uma dificuldade nas bolas paradas, de escanteio. Fora disso, a não ser no finalzinho do jogo, quando o Borges escapou e quase fez o gol. Acho inclusive que poderíamos ter ganho”.

Falcão ainda explicou a escolha de Ciro para entrar de primeira, deixando Júnior no banco.

“Ciro está trabalhando bem, treinando bem, eu queria dar mais velocidade ao time. Acho que ele foi bem. Não sei se foi falta um lance em que ele disputou com o zagueiro, ganhou e ficaria na cara do gol. Eu precisava de um atleta como esse jogando no 4-2-3-1, com Gabriel na direita, Morais centralizado e Lulinha na esquerda. Sempre falo que em meu time todos os jogadores têm condições de entrar entre os titulares. Não são 11, são 24, 25”, afirmou.

Perguntado sobre a apresentação de Gerley, o treinador defendeu o lateral esquerdo e terminou ele mesmo citando o contestado Zé Roberto. “Não diria abaixo da critica, acho muito forte esse termo. Às vezes, é uma questão de simpatia com o jogador. Muitas vezes, ele comete o mesmo erro dos outros, e a cobrança é maior. O Zé (Roberto) também é muito castigado, mas só tem uma maneira de você inverter a situação: é entrar e jogar bem. Resolver dentro de campo. Zé não entrou bem, mas se esforça e cumpre a função. O Gerley sai de campo completamente extenuado. Tem que vencer essa resistência que noto que começa a se formar”, comentou.

Falcão ainda respondeu às críticas recebidas depois do tropeço para os gremistas, quinta passada, também em casa. “O que eu vejo de bobagem sobre isso é uma grandeza. Ninguém diz que o título foi conseguido no empate no Barradão. Ali, nós ganhamos o campeonato, não foi nos 3 a 3 aqui. E, coincidentemente, nos 3 a 3, dois gols foram de volantes. Outra coisa é deixar claro que, quando entramos com Fahel, Diones e Hélder, nós jogamos com três atacantes. Três, porque deixo o Gabriel mais à frente, quase como um ponta. Mas eu não posso pretender que todo mundo enxergue isso, eu não sou professor para isso, eu só quero trabalhar e fazer do Bahia o maior que for possível… Mas me parece uma coisa tão clara, tão evidente… (risos) que é exatamente o 4-3-3. Nós perdemos para o Grêmio, que tinha três volantes: Fernando, Souza e Léo Gago. E ninguém fala isso. Por que venceu? Pode jogar de várias formas, o importante é que você consiga nos jogadores as características para que se possa ter a jogada ofensiva”.

E continuou: “Veja bem, eu respeito toda crítica, sou um cara que estava na imprensa, mas respeito aquela crítica um pouquinho construtiva, a crítica com carinho, não a crítica com ódio e com revanchismo. Eu tenho um time que pode jogar de várias maneiras, mas temos que saber também as nossas limitações. E, às vezes, você tem que dar um passo para trás, para dar dois para a frente. Nós conseguimos o título baiano, após dez anos, equilibrando a situação no meio-campo, por mérito de uma boa compactação no meio e uma boa marcação”.

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