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Angioni dá entrevista sobre momento tricolor; leia

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Historico
Publicada em 17 de agosto de 2012 às 02:16 por Da Redação

O gestor de futebol Paulo Angioni deu entrevista ao portal iBahia, ainda antes do triunfo sobre a Ponte Preta (quarta à noite), porém publicada somente no dia seguinte. Confira o bate-papo:

Foto: Robson Mendes/Correio*“ width=

Angioni, o que está acontecendo com o Bahia?
O futebol brasileiro é assim, o campeonato brasileiro não é um campeonato fácil, todo mundo passa por dificuldade. O Bahia está com dificuldade, como outros estão. O recém-finalista da Copa do Brasil, o Coritiba, está a apenas dois pontos à frente de nós. O recém-campeão também (Palmeiras). É difícil. Você busca saber onde está o equívoco, onde está o erro. É do futebol, é natural. Os críticos acham erros em cima de erros, como é comum elogiar quando ganha. Existem críticas corretas e injustas. Existem erros nas vitória também, que são encobertos. E lá na frente você começa a perder e não sabe onde está o erro. Eles foram encobertos pelos elogios. É difícil.

Então houve algum erro lá atrás?
O Bahia partiu da premissa, como outros times também partiram, que tiveram sucesso, como foi o caso do Figueirense, que manteve a base, o Coritiba, que manteve a base bem sucedida. O Bahia fez o mesmo, montou a base um ano atrás, alguns jogadores tiveram boa performance, mas a coisa não andou. Partimos de um princípio que outros também tiveram. Mas isso não significa que a coisa não vai andar.

Você acha que o Bahia tem elenco suficiente para não cair?
Tenho certeza de que o time do Bahia é forte e com condição de superar adversidade. É um time amadurecido, não velho. Que tem chances de conseguir os resultados. O campeonato é longo, a competição embaixo tá muito junta. Com duas vitórias, chegaremos numa posição boa para sair daquela situação de rebaixamento. Acredito muito. Acredito no Bahia e nos jogadores que o Bahia tem.

A que você atribui esta má fase do Bahia?
Como disse, o Brasileirão não é fácil de disputar. O Bahia está com dificuldade, é inegável. O Bahia está com dificuldades com lesões, o que também não justifica. Fizemos algumas boas partidas e não tivemos sucesso. Exemplo do jogo contra o Cruzeiro. Se eles deram dois chutes, foi muito. É o momento da adversidade que leva a isso. A contusão do Ávine que é um problema que vem se arrastando. A gente entendia que o Ávine estaria recuperado. Contratamos um jogador a pedido da outra comissão técnica, não deu certo (Gerley, que veio do Palmeiras). Isso às vezes acontece por causa do momento.

Como dirigente, qual sua reação diante desta crise?
A gente tem que ter serenidade, a maior possível. É uma coisa que eu tenho porque já tenho uma largueza muito grande no futebol. Não tenho na minha história situação parecida, mas a experiência nos dá coerência e serenidade para continuar trabalhando, buscando as soluções.

O Bahia carece de reforços? Você falou da situação de Ávine…
Ainda há tempo de buscar soluções em posições que estejam carentes. Em virtude de contusão, como foi a de Ávine. A gente não tem mais como esperar, talvez a gente tenha que ir ao mercado para buscar alternativa. A gente não pensava nisso, mas agora precisamos pensar. Não podemos ficar de braços cruzados. Precisamos também de outras alternativas que possam nos dar um conforto maior para que estejamos sempre preenchidos nas posições que não estão tendo sucesso. Não pode haver lacunas.

O Bahia já está em busca deles?
Pode acreditar que a gente trabalha 24 horas por dia. Não é fácil. Você vê a situação do Neto. É uma situação sui generis. Porque ele nos foi oferecido. Ele só veio para o Brasil diante de uma assinatura de rescisão contratual com o clube. E já se vão 20 e poucos dias e a gente não consegue legalizar o jogador por causa de uma ação judicial que nós tínhamos certeza, através de informação do próprio jogador, que estava resolvida. Mas a burocracia na Grécia tem dificultado a transferência. Venho buscando solução. Você vê que até isso acontece na adversidade. Vamos ver se a gente consegue uma definição o quanto antes (nesta quinta, Neto enfim foi regularizado). Mas deixa eu esclarecer uma coisa: muita gente admite que eu resolvo tudo sozinho. Não é assim. Eu não contrato alguém sem trocar ideias, eu tenho a ação inicial corroborando com um conselho. Futebol é um coletivo de ideias. Converso com o treinador, com o presidente. Volto a dizer que a torcida do Bahia tem sempre que se curvar diante do presidente, que é uma pessoa especialíssima, que tem ajudado muito o Bahia. O Bahia é extremamente respeitado. O Bahia está em dia com seus compromissos. Isso tudo faz com que o Bahia tenha jogadores de referência no cenário nacional.

E o que dizer da cobrança da torcida?
Estou nisso há muitos anos. Futebol tem suas alternâncias. Temos que ouvir as críticas, entendê-las. Porque o futebol é paixão. Temos que trabalhar com sensatez e coerência e com as convicções que nós temos.

A torcida reclama muito que os reforços estão no final da carreira…
Faça uma pesquisa. Muita gente fala que os clubes estão com jogadores muito velhos, jogadores acima de 30 anos. É que lamentavelmente no Brasil existe um hiato muito grande entre jogadores jovens e jogadores com mais de 30 anos. Porque durante muito tempo o futebol brasileiro andou atrás de jogadores com grife. As grifes foram envelhecendo e algumas gerações foram ficando pelo meio do caminho. É difícil encontrar jogadores de referência na faixa de idade de 24 a 28 anos. Muito difícil. Porque as grandes referências estão na faixa de 30 para cima.

Você fala especificamente de Kleberson e Mancini?
A gente não pode determinar que a vida profissional de um atleta termine aos 30 anos. Já foi tempo, lá atrás. A vida útil do atleta terminava com 30 anos. Não tem vida profissional útil de dez anos, não é possível. Se o atleta cuidar da sua saúde, aumenta sua atividade de 15 anos para cima. Não podemos voltar ao passado e determinar a vida útil do jogador até 30 anos. Isso é absurdo. Vamos deixar as pessoas viverem mais, aqueles que cuidam da sua saúde. Lembro do Valdo, Mauro Galvão, referências neste aspecto. Não vamos voltar ao passado, pelo amor de Deus. Vamos olhar para a saúde do atleta. Tem atleta que joga com 35 anos para cima fácil. Quando comecei a trabalhar no futebol, o jogador encerrava carreira com 30. O cara trabalha desde os 10, 11 anos de idade para ser profissional e com 30 era obrigado a parar. Não existe mais isso. Da mesma forma que se fala que o time do Bahia é velho. E o time tem média de idade 25,7. Tem nove ou dez com faixa maior que o Bahia. O erro não está aí. O erro está na adversidade, no momento em que estamos vivendo.

A torcida pode confiar no trabalho da direção?
Não estamos de braço cruzado. Temos responsabilidade maior. Lidamos com uma paixão só comparável com a do Flamengo e a do Corinthians. Se é que é comparável. Tenho o privilégio de ter passado por essas duas marcas e sei como é dirigir um clube de massa, como o Bahia. O torcedor está sofrendo, mas ele tem que ter consciência de que nós também estamos sofrendo. Mas nos cabe dar solução para o problema. E é isso que estamos buscando.

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