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Técnico afirma que Esquadrão era para estar em 5º

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Historico
Publicada em 1 de dezembro de 2012 às 16:02 por Da Redação

Enviado pelo jornal Correio* para acompanhar o último jogo do Bahia no Brasileirão, o repórter Marcelo Sant`Ana conseguiu bater um papo com o técnico Jorginho, nesta sexta, e arrancar algo mais do que a coletiva concedida pelo comandante. A entrevista saiu na edição deste sábado:

“São 18 jogos, com sete triunfos, seis empates e cinco derrotas. Mas nenhum jogo será tão marcante para Jorginho à frente do Bahia como o de amanhã, às 16h, contra o Atlético-GO. Nesse bate-papo no saguão do hotel onde o Bahia está hospedado em Goiânia, ele afirma que existe trairagem e mala branca no futebol e diz que esse papo de união é “conversa mole”. Veja:

Como você via o Bahia antes de ir morar em Salvador?
Um time grande da cidade, time com história bonita e que ganhou dois títulos de uma competição que dava chance para todo mundo, diferente de hoje. Time que passou por momentos críticos, chegou ao fundo do poço e teve força para levantar.

E hoje? Mudou?
É mais ou menos a mesma visão. O Bahia e todo o Nordeste têm dificuldade muito grande para se manter na elite. As viagens são um transtorno e tem as dificuldades financeiras. Na base, tem um acordo agora no Brasil que não pode tomar jogador. Tomara que ajude no futuro a vender. É a realidade. Não dá para enganar ninguém. O futebol é uma aposta, é um jogo; não é entretenimento. E jogo você não prevê o final.

No Brasil, então o mata-mata seria melhor?
O mata-mata ia dar condição de todos os clubes chegarem. O mais correto é o ponto corrido, porque favorece a quem tem nível melhor, o mais regular. Mas, no Brasil, o matar ou morrer, o ganhar ou perder, é mais justo com as equipes do Brasil.

Luxemburgo disse que rebaixar quatro clubes é demais. E você, o que acha?
Concordo. Dois é pouco, mas três talvez fosse o ideal. Ou dividir melhor as atenções com a Série B, porque as pessoas só dão atenção quando caem clubes de tradição do Sul ou Sudeste.

Tem medo de algo na vida?
Só de Deus levar meu filho.

E superstição?
Essas coisas não levam a nada. Vocês vivem na Bahia, mas, em Porto Alegre, tem muito mais destas coisas. Na vida, a gente está só de passagem. Nós somos tão insignificantes que, daqui a alguns segundos, eu posso não estar valendo nada. O ser humano é tão ignorante que não percebe estas coisas e só fura o olho do outro, ao invés de ajudar.

Existe muita trairagem no futebol?
Tem e sempre vai ter. Em todos os lugares do futebol: técnicos, jogadores, imprensa…

E a mala? Branca, preta…
Sempre teve e vai ter a vida inteira. Aí depende de quem está do outro lado. Se conhece alguém do outro lado, já era. Eu acho que não pode dar dinheiro para o cara perder. Mas, se o cara só pensa nisto, só no dinheiro, não quero comigo porque não presta. O cara tem que trabalhar pelo salário dele.

O que mais motiva o jogador?
Quando eu era atleta, é fazer o que gosto e sustentar minha família. Não tinha prazer maior. O que é mais importante que minha família? Nada no mundo. Mas não posso morrer por isso. Se morrer, não sustento minha família.

Tem grupo de futebol que é família ou é conversa?
Esse negócio de união é conversa mole. Se você ganha, quando vê daqui a 10 anos, lembra de tudo. Quando perde… E cada vez incentivamos a cultura de ser deste jeito. No Brasil, só aparece o vencedor. O vice não serve para nada. É o que ensinamos aos nossos filhos.

O Bahia merecia estar onde no Brasileiro?
Se tivesse feito a mesma campanha do 2º turno, estaria em 5º lugar. Mas não cabe a mim avaliar o 1º turno (Jorginho assumiu na 20ª rodada).

Mas, ao olhar o elenco, o Bahia é 5º lugar? O ponto está somado, mas, e o elenco?
O Santos está onde devia? O Flamengo está? Futebol não tem receita correta. É feito de seres humanos. Alguém tem que ir mal, alguém vai bem. Muitas vezes, o time é bom, mas não tem honestidade, sinceridade…

Já monta o Bahia de 2013?
Estou preocupado com o Bahia hoje. Em 2013, não sei o que vai ser. Estamos conversando para permanecer, mas agora não tenho como pensar. Claro que temos grandes nomes, porém não sei se o Bahia vai poder trazer. Tem jogadores da base que podem ser aproveitados em cima e isso precisa, mas nem todos são Gabriel, Jussandro…

Montou o time como gosta ou como as peças permitiram?
Como se permitiu. Por incrível que pareça, gostei do Palmeiras que treinei, mas foi montado pelo Vanderlei Luxemburgo. Foram cinco vitórias, um empate e uma derrota. E só perdi porque avisei à direção que era preciso avisar o elenco que Muricy já tinha sido contratado. Mas eles quiseram falar depois do jogo. No aeroporto, a notícia vazou e os jogadores ficaram putos e vieram me questionar.

A pressão aqui é maior ou menor do que você pensava?
Maior. É muito grande e, para mim, muitas vezes sem necessidade, mesmo eu entendendo o mundo. Termino aceitando por educação, pois não acho que seja o correto.

Já sabe o que vai falar domingo aos jogadores?
Nada. Isso é na hora. Com certeza, Deus vai me dar uma luz boa e nós vamos conseguir nosso objetivo, que não era esse. Queríamos a Sul-Americana. Nunca faltou empenho dos atletas, dedicação, trabalho. Mas futebol não é justo e não é só merecimento. Mas vamos sair com unhas e dentes. O torcedor do Bahia merece” .

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