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“Não gostei quando os colegas fizeram isso”

Notícia
Historico
Publicada em 17 de fevereiro de 2013 às 15:58 por Da Redação

De Daniel Dórea, para o Jornal A Tarde

Sem jogar desde a eliminação na primeira fase da Copa do Nordeste, ocorrida no dia 6 de fevereiro passado, o Bahia tem hoje um domingo de folga. O período sem jogos por competições vai durar mais um mês, já que a estreia pelo Baianão será no dia 20 de março (contra adversário ainda indefinido). Este hiato ainda gera lamentações.

Em entrevista exclusiva ao ESPORTE CLUBE, o volante Fahel, tido como uma liderança dentro do grupo, comenta sobre o que considera ser o seu maior fracasso em quase dois anos de Esquadrão. Ele fala também sobre os conselhos que dá aos colegas mais “baladeiros” e critica os companheiros Souza e Titi por terem tornado público o assunto dos salários atrasados em recente entrevista coletiva.

Em quase dois anos de Bahia (desde maio de 2011), você viveu alegrias e tristezas. Mas a eliminação na Copa do Nordeste foi a maior decepção?
Foi. O Bahia entrou para ser campeão e saiu logo na primeira fase. Decepcionante.

E como você reagiu a isso?
De maneira normal. Nesses momentos, tem que pensar no que errou e onde pode melhorar, pois nosso maior objetivo é fazer boa campanha no Brasileiro. Temos que consertar tudo até lá.

Consegue encontrar um motivo para a eliminação precoce?
Nos jogos decisivos, não fizemos os gols quando tivemos chance e, depois, veio uma grande ansiedade que nos prejudicou. Isso aconteceu principalmente contra ABC e Ceará, em Pituaçu.

O psicológico pesou?
Também. Mas teve o aspecto físico. Tivemos uma pré-temporada curta e, a partir do momento em que você não está vencendo, vem a ansiedade. Aí, você tenta ir, mas as pernas não acompanham.

Às vezes, os atletas transferem a responsabilidade para a torcida. Dizem que atrapalha…
Já eu acho que a torcida é o nosso forte. Mas nós somos o termômetro dela. Se estivermos mal, ela vai reclamar. Cabe a nós controlar essa pressão. Eu não me incomodo com isso, fico tão centrado que nem escuto. O que tento é orientar os garotos pra eles não se desesperarem.

Em entrevistas, o técnico Jorginho fez cobranças à diretoria, pedindo reforços. Isso incomoda quem está no elenco?
Pelo contrário. Está provado que o que ganha campeonato não é time, mas plantel. São Paulo, Corinthians… Os grandes clubes têm três jogadores para cada posição. Acho que o presidente do Bahia tem que pensar em armar a equipe dessa forma.

Souza disse em uma entrevista que, se o Bahia não contratar mais, vai brigar contra o rebaixamento de novo. Concorda?
Concordo, sim. O presidente realmente tem que ter isso na cabeça. Todas as equipes estão se reforçando e o Bahia não pode ser diferente.

E o fantasma do rebaixamento já te assusta?
Olhe… se o torcedor sofre com esse drama, nós, jogadores, sofremos dobrado. Às vezes, deixo de sair de casa pra não ver a tristeza do torcedor na rua. Eles nos abordam, perguntam o que está acontecendo. É difícil. Tem gente que deixa de comer pra ir ao estádio. Temos que pensar sempre nisso para tentar evitar que o Bahia sofra com essa ameça de novo.

Muitos criticam a manutenção da base do time por esta ter sempre brigado contra a queda. Como você a defende?
O Bahia ficou 10 anos sem ganhar o título estadual e o que faziam todo final de ano? Mandavam todo mundo embora. Já o Corinthians foi rebaixado, manteve a base, reforçou o time e hoje é campeão mundial. É o exemplo a ser seguido. No futebol não existe mágica.

Mas não tem horas em que o desgaste pesa, de não aguentar mais olhar na cara do outro?
Isso é normal. É a mesma coisa com meus irmãos. A gente se pega, mas se ama. Aqui nós construímos uma grande amizade, uma família. No campo tem xingamento, discussão, mas depois todo mundo se entende.

Você é visto como um atleta exemplar, que sempre se empenha ao máximo dentro de campo. Faltou isso em outros atletas do elenco?
Não posso falar isso, cara. Falo por mim. Sempre mostrei alegria em vestir a camisa do Bahia. Me dedico, saio morto do campo. Às vezes, o Jorginho reclama comigo porque quero cobrir os dois laterais e saio da posição.

Seu comportamento fora de campo também é considerado ideal. Acha isso essencial para o sucesso de um jogador?
Com certeza. O futebol tem uma exigência física muito grande. Se o atleta não souber o momento certo de sair, de curtir, vai acabar não rendendo o que pode. Primeiramente o profissionalismo.

E você aconselha os companheiros mais baladeiros?
Falo sempre: “Olha, hoje dá pra sair. Hoje não dá”. Principalmente a molecada. Também tive essa fase de querer sair toda hora, parecia que o mundo ia acabar. Mas meu pai sempre disse que, se eu quisesse ser atleta, não poderia fumar, beber nem dormir tarde. Não faço nada disso.

E a questão dos salários atrasados, posta a público por Titi e Souza, incomoda?
Como um profissional de qualquer outra área reagiria se ficasse dois, três meses sem receber? Nós também temos contas para pagar. Mas acho que isso tem que ser resolvido internamente. Você nunca vai me ver cobrando salário em público. Não gostei quando os colegas fizeram isso. Tem que chamar o presidente pra ele resolver.

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