Em um processo nunca antes visto na história do Bahia, a contagem de votos da Assembleia Geral de Sócios foi pacífica e contou com o acompanhamento de três representantes da imprensa baiana. Diferentemente das últimas assembleias, ninguém levou murro pelas costas ou foi coagido por seguranças armados. Além desses três jornalistas convidados a compor a mesa de apuração, diversos outros órgãos acompanharam de perto a abertura das urnas e a contagem dos votos.
Ao final da apuração dos votos, o placar foi humilhante para os antigos donos do clube. Mesmo entre os sócios antigos, a vontade da torcida ver um time realmente democrático ficou evidente. As urnas dedicadas a eles deixaram isso bem claro: 347 votos(97,5% do total) disseram “Sim” à mudança de cinco pontos do estatuto antigo, enquanto 8 foram votos anulados por falta de assinatura e apenas 5 foram contra a mudança.
Se numa situação hipotética a ação impetrada essa semana por um ex-conselheiro do clube surtisse efeito e os votos dos novos sócios fossem desconsiderados, ainda assim, ele e seu grupo seriam derrotados. Esse resultado seria suficiente para que a proposta de reforma estatutária fosse aprovada, uma vez que o total de votos a favor superou em muito os “dois terços” necessários entre os sócios presente.
Mas o melhor estava por vir. Ao se abrir as urnas dos novos sócios, outra goleada a favor do Bahia: 2.742 sócios(99,2% do total) disseram “Sim” à reforma do estatuto, 5 disseram “Não” e 17 votos foram anulados.
DECISÃO
No total, 3.120 sócios exerceram seu direito neste sábado que ficará marcado na história do clube. Desses, 3.089 votaram a favor da reforma (99%), 6 votaram “Não” (0,002%) e outros 25 foram anulados (0,008%).
Assim, a partir de agora a “Carta Magna” do clube sofrerá cinco mudanças que tornarão o Bahia, finalmente, democrático. São elas:
1- Todos os sócios adimplentes perante o clube poderão votar diretamente para escolher a nova diretoria executiva do clube, sem carência, sem filtros;
2-Criação de mandato temporário para a próxima direção executiva a ser eleita pela Assembleia Geral de Sócios, com mandato até dezembro de 2014 sem possibilidade de reeleição;
3-Possibilidade de o torcedor tornar-se sócio desde o seu nascimento, tendo direito a voto a partir dos 16 anos, desde que estando adimplente com o clube;
4-Redução de 300 para 100 membros do Conselho Deliberativo, com adoção do sistema eleitoral proporcional;
5-Adoção do Ficha-Limpa nas eleições para todos os cargos de presidente e vice e Conselho deliberativo.
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