MGF tenta se explicar sobre G-8 e vê complô

O ex-presidente do Bahia, destituído por supostas irregularidades nas últimas eleições para o comando do clube, enviou uma nota para se posicionar sobre notícia divulgada pelo jornal A Tarde sobre a venda do meia Gabriel, hoje defendendo as cores do Flamengo.

Segundo a nota, que considerou a divulgação da matéria como `informação equivocada`, G-8 foi vendido por 2,2 milhões de euros, divididos em 5 parcelas: a última em abril de 2014`, mas que `a diretoria anterior do Bahia antecipou o restante do valor que teria a receber, com o abatimento de juros praticado no mercado financeiro`, complementa. Ainda de acordo com a nota, `esta negociação está devidamente registrada nos documentos financeiros do clube`.

Ainda segundo a nota, houve um complô para poder prejudicar o antigo mandatário. `Essa foi mais uma tentativa – leviana e irresponsável – de prejudicar a imagem do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, orquestrada orquestrada por pessoas realmente mal intencionadas e descomprometidas com a verdade” continua. Ele pede ainda que a empresa responsável pela auditoria do clube, a Performance, entre na justiça contra o repórter André Uzêda, jornalista autor da matéria.

Veja na íntegra:

Nota de esclarecimento

O ex- presidente Marcelo Guimaraes Filho vem a público esclarecer outra informação equivocada, que foi noticiada pelo Jornal A Tarde, na edição do dia 23/08, em matéria assinada pelo jornalista André Uzeda, que infelizmente foi reproduzida por diversos outros órgãos de imprensa e ganhou grande repercussão na mídia.

A citada matéria, intitulada como “Venda de Gabriel é investigada por MPF”, afirmou que o Bahia teria recebido todo o valor da negociação do atleta Gabriel e que a empresa de auditoria Perfomance “ainda não encontrou nenhum indício de que este dinheiro tenha sido depositado nas contas do clube”, segundo apuração do Jornal A TARDE.

Os esclarecimentos são os seguintes:

A venda de 50% dos direitos econômicos do atleta Gabriel foi finalizada no dia 09/01/2013, pelo valor de 2.200.000,00 de euros( Dois milhões e duzentos mil euros), valor que foi divido em 05 parcelas, com a primeira, no valor de 500 mil euros, sendo paga no dia 11/01/2013.

As parcelas seguintes foram divididas da seguinte forma:

31/05/2013 – 400 mil euros

31/08/2013 – 400 mil euros

31/01/2014 – 450 mil euros

30/04/2014 – 450 mil euros

No dia 06/02/2013 foi feita uma antecipação de pagamentos das parcelas, através do Banco Polo Capital.

A diretoria anterior do Bahia antecipou o restante do valor que teria a receber, com o abatimento de juros praticado no mercado financeiro.

Esta negociação está devidamente registrada nos documentos financeiros do clube, inclusive com extratos, comprovantes bancários e contratos com o Flamengo e com o Banco Polo Capital.

Toda esta documentação está disponível na sede administrativa do Bahia e a empresa de auditoria Perfomance tem acesso livre a ela. Causa estranheza o fato de a referida matéria jornalística sugerir que a empresa em questão não teria conhecimento desta negociação e que não teria encontrado “nenhum indicio de que este dinheiro tenha sido depositado nas contas do clube”, como o próprio texto diz.

É importante ressaltar que nenhum representante da empresa Perfomance, que, mesmo sem autorização judicial para tanto, foi escolhida pela intervenção do Bahia para realizar este trabalho no clube, prestou declarações ao repórter André Uzeda, mas o nome da empresa foi citado no texto, após “ a apuração da reportagem do Jornal A Tarde”.

Registre-se que tal periódico, já mais de uma vez, lançou suspeitas sensacionalistas inverídicas a respeito de informações financeiras do Bahia e também a outros assuntos do clube, no claro intuito de atacar levianamente a diretoria que fora destituída.

Aconselhamos que a Perfomance, que é uma empresa séria e de credibilidade, pronuncie-se sobre o assunto, pois sua marca e respeitabilidade profissional foram citadas em uma matéria que não primou pela clareza e veracidade dos fatos, o que depõe contra a imagem da referida empresa, sobre a qual poderá recair, inclusive, suspeitas de vazamento indevido de informações a respeito da contabilidade e movimentação bancária do clube.

Além disso, recomendamos que a Perfomance tome providências judiciais em relação ao assunto, assim como a diretoria destituída certamente o fará.

O Sr. André Uzeda não apurou o fato e nem buscou contato com a diretoria destituída, como o bom jornalismo e o código de ética que orienta a conduta profissional dos jornalistas exige.

Por fim, a respeito da investigação do Ministério Público, a diretoria destituída coloca-se à disposição para todo e qualquer esclarecimento que seja solicitado, em homenagem à transparência e licitude que sempre marcaram a administração do Clube pela diretoria hoje afastada.

Essa foi mais uma tentativa – leviana e irresponsável – de prejudicar a imagem do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, orquestrada por pessoas realmente mal intencionadas e descomprometidas com a verdade, que têm instrumentalizado parte da imprensa mediante falsas acusações e insinuações, com o claro intuito de confundir o torcedor do Bahia e manipulá-lo.

Toda a diretoria destituída, bem como o ex-Presidente Marcelo Guimarães Filho, não serão complacentes e tolerantes com essas investidas desonrosas e buscarão a devida apuração dos fatos e a responsabilização dos envolvidos.

Em anexo, segue os comprovantes dos valores depositados.

Atenciosamente,

Marcelo Guimaraes Filho

OUTRO LADO

O repórter do A Tarde, André Uzêda, se manifestou sobre o caso através do Twitter. Segundo Uzêda, MGF prova tudo o que foi publicado na matéria e desmente quando o ex-presidente diz que não procurado pela equipe de reportagem. Confira:

`MGF prova em sua nota o que foi publicado na matéria. O Flamengo já PAGOU todo o dinheiro pela venda de Gabriel.

Até então, essa informação se mantinha obscura, até o presidente Eduardo Bandeira, do Fla, se pronunciar em A TARDE sobre isso a reportagem de, fato, apurou que o dinheiro AINDA não havia sido descoberto nas contas do clube pela auditoria

Bom que o ex-presidente, que mostra ainda ter acesso as contas do Bahia (como pode ser visto pela data do extrato), possa ajudar a auditoria. Assim será até mais fácil identificar as contas onde foi depositado o dinheiro do Flamengo

Todos esses documentos que MGF encaminhou à imprensa, ele terá que levar novamente ao MPF, que abriu investigação sobre a venda de Gabriel. Há suspeitas de práticas de crimes fiscais na venda. O MPF também apura o Caso Calcio.

É realmente de se lamentar que o ex-presidente só tenha tomado gosto pela transparência depois que foi destituído do cargo pela Justiça. Poderia muito bem ter apresentado esses documentos na época da venda de Gabriel, ao invés de insultar torcedores pelas redes sociais.

Pra onde foi então a intransponível cláusula de confidencialidade agora? Ou sempre foi mero artifício para encobrir os negócios do Bahia? Agora pouco importa.O Bahia está sob investigação do MPE e do MPF, além de ter as contas vistas por uma auditoria autorizada pela Justiça

A transparência agora há de prevalecer, finalmente, diriam muitos. A verdade vem à tona, não importa o que façam mais. Por fim, digo que, em todas nossas matérias, o ex-presidente sempre foi buscado para dar sua versão.

`Mas desde que foi destituído não concedeu nenhuma entrevista à imprensa. Em nenhum veículo. Está se mantendo avesso a entrevistas. Desde que publiquei a matéria da Calcio, há um ano e dois meses, MGF não atende mais minhas chamadas telefônicas.

Ainda assim, reitero, o espaço sempre estará aberto para o ex-presidente encaminhar suas explicações sobre qualquer assunto`.

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