De Marcelo Sant`Anna para o jornal Correio* desta quarta-feira:
O Bahia treina no Fazendão praticamente de favor. A escritura do centro de treinamento já foi transferida e oficialmente pertence a OAS, que comprou o local. O novo CT, em Dias D´Ávila, município da Região Metropolitana de Salvador, tecnicamente está pronto, mas a data de mudança é desconhecida.
“Ainda não conversamos com a OAS, mas não houve permuta dos locais. Houve compra e venda. A escritura do Fazendão já está passada em nome da OAS. Teoricamente o prazo para o Bahia sair seria o fim do ano, mas não podemos adiantar. depende do relatório da comissão” diz o diretor institucional e de patrimônio, Antônio Miranda.
A comissão para avaliar o negócio em que o Bahia investiria cerca de R$ 10 milhões tem seis membros indicados por diretoria e concelho. A OAS é a patrocinadora máster do clube e sócia do consórcio Arena Fonte Nova. Além de discutir a mudança do CT, cabe à diretoria de patrimônio catalogar as propriedades do clube.
“Nada do patrimônio móvel está inventariado. É de cabeça e sem cabeça”, brinca Miranda, antes de voltar ao tom. “Vamos cuidar de bens permanentes, da vigilância…E os troféus do Bahia vão ser restaurados antes de serem agregados ao memorial que o Bahia vai instalar na Fonte nova. E qualquer mesa cadeira ou computador adquirido estará registrado”.
Passados 50 dias de gestão, a crítica pela ausência de documentos e processos formais é repetida pelo diretor de negócios, Pablo Ramos. Sua missão é ampliar as receitas através de patrocínios, cotas de TV, sócios e torcedores.
“Minha formação é em gerenciamento de projetos, processos, gerenciar fluxograma, rotinas…E até hoje não encontrei nenhum processo desenhado, seja de negócio ou de apoio. Não tem. Existe uma gestão oral”, fala.”Toda empresa tem que ser processual, e não personalista, porque as coisas precisam acontecer a partir de processos definidos”, comenta.
No período de 51 dias desde a posse, Ramos comemora o aumento do quadro de sócios e de público no estádio.
“Hoje são 14 mil sócios ativos e três mil não ativos (pendências de pagamento). Isso em 35 dias de venda, entre intervenção e diretoria eleita. Nos últimos 30 dias, cerca de 10 mil pagaram. Ano que vem, a receita com torcedor será a segunda maior, perdendo só para televisão”, visualiza. “Acredito que nos próximos quatro ou cinco anos se torne a principal receita”.
Além do ganho financeiro, o sócio preenche um cadastro cujo banco de dados sera analisado para ações futuras.
“É nossa melhor pesquisa. Eu não tenho só a receita da mensalidade do sócio. Eu consigo desenvolver serviços produtos, promoções que façam com que os R$40 sejam alavancados. São ações de capitalização e de fidelização. É lidar com a emoção depois com a razão”.
INCHADO
A quantidade de funcionários impressionou o diretor administrativo e financeiro, Reub Celestino.
“Nós pegamos o clube com 378 pessoas. Se um time jogam com 11, são 367 trabalhando para 11. claro que estou exagerando, porque reservas outros setores…Mas é uma coisa desmedida. tem pessoas fantasmas, trazidas graciosamente. Não digo que são muitas, mas existem”, reclama.
É justificada por que as mudanças têm sido graduais com exemplo dado pelo presidente, Fernando Schmidt, em reunião interna.
“O incêndio era tão grande que estávamos mais preocupados em cuidar das chamas que criar um novo processo de trabalho. Mas só vai resolver com a tecnologia, capacitação, práticas de eficiência e organização para cumprir objetivos”.
Assim, demissões em massa seguem descartadas no momento.
“Tivemos redução, mas ainda não substancial. No momento que a gente conseguir implementar métodos, comportamentos, capacitações, aí sim. Por que não parte para o caos? Eu, particularmente, adoro gestão pelo caos. O caos lhes traz soluções. Toda guerra traz novas tecnologias. Você sai do conforto. mas tem o nosso consumidor, a paixão do torcedor. Se criasse o caos a gente poderia prejudicar essa paixão. A gente ia cair mais ainda para depois soerguer. Nós preferimos a cautela.
Conta salgada Processos trabalhistas geram folha paralela no valor de R$180 mil/mês
São processos no Tribunal Regional do Trabalho, mas podia ser um jogador de nível.
O Bahia fazia aportes mensais de R$150 mil e teria que em setembro, quitar R$4,3 milhões referentes ao montante. São cerca de 43 processos. Tem Joel Santana, Renato Gaúcho…, diz o gerente jurídico Vitor Ferraz.
Sem grana, restou renegociar. Por seis meses, serão R$180 mil e 7,5% das novas receitas. São cerca de 250 processos, entre trabalhistas, cíveis e tributários.
Plano de sócios terá quatro categoria diferentes
O sucesso do novo plano de sócios patrimoniais com cerca de 10 mil sócios em dia, motivou a criação de novas categorias, revela o diretor de negócios, Pablo Ramos.
Este mês, vamos ter o Esquadrãozinho para crianças de até 12 anos, próximo mês, o Corporate para o RH das empresas e haverá o Family, extensão do patrimonial e do Esquadrãozinho, diz.
Nós estamos desenhando plano extenso, mas também com foco nas conveniências. É desenhar serviços, desconto para todos. Temos um desafio de comunicar aos sócios que os R$40 que ele paga viram mais de R$40 em benefício/mês. Se tem TV a cabo cai para R$30. Se compra nas lojas credenciadas ganha mais 10%. O programa Padrinho Tricolor, lançado semana passada, deu início à nova estratégia. Queremos 25 mil sócios ainda em 2013 e 50 mil em dezembro de 2014.
MGF estranha permanência no Fazendão e critica diretoria
O ex-presidente Marcelo Guimarães Filho criticou a demora da mudança para o CT de Dias D´Ávila. Semanas antes da intervenção, houve apresentação do local para a imprensa e conselheiros.
A gente já fez até troca no papel. O Fazendão é da OAS e o CT é nosso. A gente estava providenciando os móveis novos para mudar. Eu não sei por que ainda não foram. Qualquer pessoa ficará espantada com a qualidade e o tamanho do CT, defende.
Segundo Marcelo Filho, há o desejo de prejudicá-lo. E afirma: Eles anteciparam 5 milhões do contrato de 2014 da Globo, coisa que eles me acusaram e mentiram. Meu planejamento era trazer recursos novos com parceiros novos. E outra: falou-se tanto em redução de despesas, mas a direção atual, na área administrativa, é 50% mais cara a época. São dados que vocês podem pedir que sejam publicados, desafia.
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