Considerado uma grande promessa da base do Bahia o jovem e versátil jogador Anderson Talisca está tendo em 2013 suas primeiras oportunidades no time profissional. Em entrevista exclusiva para o jornal A Tarde dessa quinta-feira, o atleta de apenas 19 anos reconhece não vir apresentando o seu melhor futebol. Ele, que sempre foi destaque nas categorias inferiores, também reclama da falta de paciência do torcedor tricolor. Seu desejo é de ouvir incentivo vindo das arquibancadas da Fonte Nova.
A reportagem abaixo é de Daniel Dórea:
Do início promissor à desconfiança em nove meses. O fruto dessa relação entre Talisca, Bahia e torcida tricolor nasceu com complicações no parto, mas o garoto está disposto a mudar a história e buscar uma nova vida a partir do próximo domingo.
O dia marca o duelo entre Grêmio e Bahia, em Porto Alegre, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. No jogo, o meia-atacante, formado na base do clube, tem grande chance de voltar a ser titular após 11 rodadas de ausência nas escalações iniciais do Esquadrão.
A oportunidade apareceu por conta de um desfalque certo e outro provável que tem o técnico Cristóvão Borges. Expulso na partida do último domingo, diante do Atlético-PR, o meia Hélder está fora. Com um edema na coxa direita, o atacante Marquinhos Gabriel é dúvida.
Talisca pode entrar em qualquer uma das vagas. E sua versatilidade é exatamente um dos atributos que lhe renderam, no momento em que subiu ao profissional, o título de promessa.
Porém, muita coisa aconteceu entre os dias 19 de janeiro – quando ele estreou no time de cima, contra o ABC, pelo Nordestão – e 11 de setembro, data que marcou sua mais recente partida como titular, frente ao Criciúma, pelo Brasileiro.
Depois daquele jogo, um dos tantos em que ele sofreu com críticas pesadas da torcida, Talisca foi utilizado apenas três vezes, sempre entrando no decorrer das partidas.
“Eu estava bem abaixo mesmo. Não é desculpa, mas pequenas coisas pessoais, besteiras, estavam me atrapalhando. Estava com a cabeça em outro lugar”, admite. Apesar de ter confessado o fato de vir atuando mal por conta de interferências extra-campo, ele não considera que tenha sido colocado de castigo por Cristóvão. “O professor não vinha me escalando porque sabia do meu momento, que não era legal”, explica.
Relação conturbada – Falar sobre sua posição atual no elenco e as poucas chances de entrar em campo não abala Talisca. O que o deixa realmente incomodado é comentar o hábito que a torcida do Esquadrão tem de lhe perseguir.
Nos pouco mais de 10 meses como profissional, o atleta sofreu dissabores da carreira futebolística que muitos colegas mais experientes não viveram. Vaias vindas das arquibancadas já o atingiram por motivações diversas, como más atuações, excesso de individualismo, preciosismo e até falta de força de vontade. “Eu fico chateado com isso. É injusto. O que foi que eu fiz?!”, pergunta-se.
No confronto de domingo, contra o Atlético-PR, ele foi vaiado por ter pedido atendimento médico nos minutos finais, quando o time busca desesperadamente o triunfo. Ele argumenta: “O rapaz pisou na minha coxa. Eu vi na reprise. Estava sentindo dores e, por isso, tive que ser atendido”.
Em relação à opinião quase unânime de que ele floreia demais as jogadas, defende-se veementemente: “Nunca fui marrento em minha vida e sempre joguei coletivamente. Se eu enfeitasse demais, teria dado de letra aquele passe para Obina (que originou o único gol tricolor diante do Furacão)”.
Por fim, o jovem de 19 anos faz um desabafo. “A torcida tinha que me incentivar, me dar confiança, como vinha fazendo nos meus primeiros jogos. Mas é esse momento ruim do time que estraga tudo. Só mostrando um bom futebol para eu mudar isso. Estou com uma boa expectativa de jogar contra o Grêmio”, revela.
No entanto, a interrogação sobre o time que vai iniciar a partida no Rio Grande do Sul permanece, já que o técnico Cristóvão Borges ainda não realizou nenhum treino tático nesta semana. “Ele ainda não falou nada comigo”, confirma Talisca.
Portal A Tarde
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