O ano de 2013 entrou definitivamente para a história do Esporte Clube Bahia. De um primeiro semestre humilhante e desesperador a um segundo semestre revolucionário e tenso. O ecbahia.com apresenta a partir de hoje, duas matérias que vão, mês a mês, fazer uma restrospectiva do ano em que o torcedor foi humilhado dentro e fora de campo mas também viu a esperança ressurgir com a democratização do clube e o afastamento de Marcelo Guimarães e de seu filho do comando do Tricolor.
Janeiro:
O mês começa com a notícia da venda de Gabriel ao Flamengo em suaves prestações. Indignada a torcida protesta nas redes sociais e o presidente da época responde xingando um torcedor tricolor.
O presidente convoca Assembleia e engessa ainda mais o estatuto do clube. Torcedor que fosse sócio teria que escolher seu candidato a presidente numa eleição com apenas 2 nomes indicados pelo Conselho Deliberativo. Confira aqui.
O time sub-18 faz boa campanha na Copa São Paulo mas cai nas semifinais diante do Goiás. No elenco profissional chegam Obina, Adriano Michael Jackson, Pablo, Thuram, Demerson e Brinner. Cláudio PitBull e Rafael Gladiador saem. Jorginho insatisfeito com o elenco, flerta com a Seleção Sub-20.
Fevereiro:
Após matéria veiculada no portal Terra, há uma troca de acusações entre a diretoria do Bahia e a empresa Antonnius que acusa o clube de favorecer a Calcio nas transações envolvendo os talentos da base.
Depois de perder para o Ceará e o ABC em casa pelo Nordestão, time é eliminado e fica mais de 40 dias sem jogos oficiais.
Clube decide majorar o valor da mensalidade do sócio patrimonial em 100% e passa a custar R$80.
O meia argentino Rosales e o atacante Marquinhos Gabriel chegam para reforçar o setor ofensivo do time.
Março:
Reflexo de seu comportamento na internet, presidente do clube conquista título inédito: Rei da Baixaria dado pela revista Placar. No futebol, atuações ruins, queixas de atraso nos pagamentos e atos de indisciplina dão o tom do time dentro e fora de campo. Souza é pego em blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro e Titi perde a braçadeira de capitão supostamente por acobertar os deslizes do amigo.
No Baiano, time vence uma e empata as outras duas partidas. As atuações sempre foram criticadas por torcida e imprensa e o treinador Jorginho volta a pedir reforços
Abril:
Time é goleado no clássico de reinauguração da Arena Fonte Nova em jogo transmitido para todo o Brasil. Com a derrota, Jorginho sai e a direção resolve trazer de volta Joel- Sardinha- Santana, ignorando sua última passagem e indo contra a opinião do torcedor.
Além do treinador, chegam Raul, Potita, Fernandão, Adu e Rafael Donato. Sem chances no elenco, o zagueiro Brinner volta ao Botafogo.
Insatisfeita, torcida protesta nas ruas, estádios e internet; boicota patrocinadores do clube e tem apoio das Embaixadas de torcedores de outros estados que emitem manifesto conjunto pedindo a saída de Marcelo Filho. O presidente reage proibindo-as de protestarem contra o time.
Ainda em Abril, o time perde o segundo clássico e o mundo conhece a chuva de caxirolas (instrumento inventado por Carlinhos Brown numa tentativa mal-sucedida de imitar as vuvuzelas sul-africanas que deveria ser usado na Copa das Confederações e no mundial de 2014).
Maio:
Com 3 triunfos em 10 jogos, time vai às finais contra o rival de Canabrava. Para os jogos decisivos as caxirolas foram proibidas.
Anunciado em Abril, o zagueiro Lucas Fonseca retorna após disputar o Paulista pelo Mogi-Mirim.
No primeiro jogo das finais, o time de Joel Santana sofre a pior derrota para o rival em 65 anos. Em consequência disso, o treinador cai junto com Paulo Angioni. ,p>Mas os vexames em campo não se resumiram ao estadual. Pela Copa do Brasil, o time reserva comandado por Eduardo Barroca foi eliminado pelo Luverdense após derrota no Mato-Grosso por 2 a 0 e um magro triunfo na Fonte Nova.
Esse segundo jogo pela Copa do Brasil chamou a atenção do país por ter sido o primeiro do Público-Zero. Desesperados, dirigentes saíram distribuindo ingressos de cortesia mas ainda assim a presença de público foi pífia. Logo após a eliminação da CB, Eduardo Barroca é desligado do clube.
Anderson Barros e Cristóvão Borges chegam para assumir os papéis de Paulo Angioni e Joel Santana.
Movimento Bahia da Torcida é lançado na Arena Fonte Nova com a presença de milhares de torcedores e o depoimento do Governador do Estado e do Prefeito de Salvador. Enquanto isso, parlamentares tentaram abrir uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar os anos de mandato de MGF e as relações do clube com empresas, empresários e até mesmo o governo do Estado.
Junho:
Time estreia com derrota no Brasileiro. O Público Zero e as manifestações fora de Salvador que pediam a cabeça de MGF continuavam onde quer que o time jogasse. Em consequência disso, o clube perde quase 50% dos Sócios Patrimoniais/TOB.
Carlos Anunciação, o Carlão, volta ao clube e assume as divisões de base no Lugar de Newton Motta, demitido no final de Maio. Logo após, os treinadores e preparador físico da base foram demitidos.
Sob o comando de Cristóvão Borges, time vence o Inter no Sul depois de 24 anos e o clube chega a ficar em 6° no Brasileiro após derrotar o Botafogo em Aracaju.
Na base, diversos jogadores entram na justiça para conseguir sua liberação por falta de FGTS. Acusado de ser o responsável pelo erro, funcionário é demitido e nega culpa.
No âmbito político, o julgamento da intervenção no clube, suspensa desde março de 2012, foi adiado para o segundo semestre. Famoso advogado de Brasília é contratado pelo antigo presidente para fazer sua defesa.
Não percam nessa terça a segunda parte de nossa retrospectiva 2013: a saída do poder da família Guimarães, Interventor vira herói da Nação. Ainda: revelações feitas pela auditoria determinada pela justiça, a democratização do clube provoca uma a associação em massa a ascensão e quase queda do time de Cristóvão Borges.
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