De Miro Palma e Fernanda Varela, para o Correio* desta quarta-feira:
“Valton Pessoa trabalha dobrado no Mundo Plaza. Lá ficam a sede administrativa do Bahia e o escritório de advocacia do qual é sócio. Essa rotina, afirma o vice-presidente, acabará após as eleições de dezembro, quando voltará a torcer das arquibancadas.
As carências foram supridas? O time está pronto?
Acho que está pronto. Pra mim, a única incógnita para o segundo semestre é o centroavante. Temos dois (Rafael e Jonathan) que vamos fazer experiência. Marquinhos também pode tentar um estilo de jogo sem o 9 fixo. Isso aconteceu pela dificuldade do mercado.
A única contratação de centroavante foi do Internacional, com Wellington Paulista. Vamos estudar o futebol sul-americano e procurar um 9 para vestir a camisa do Bahia, como titular.
Existe um nome em mente? Se o Bahia chegar a 30 mil sócios vocês vão trazer esse jogador?
Trinta mil sócios em um mês acho difícil. Mas, se tiver, trazemos de imediato. Esse ídolo, basta olhar as últimas contratações, será de fora. É mais fácil, mais em conta.
Queríamos Romagnoli, mas precisamos de dinheiro. Assim como Saviola, Salgueiro, além de Nicolás Blandi. Com 30 mil antes de maio, junho, vamos trazer. Mas a promessa é para o Brasileiro.
Acabou o clima de Souza?
Tudo tem um ciclo, um momento. Sou contra a contratos longos. O jogador se lesiona, se desentende com a torcida. Três anos é longo. Só em raríssimas exceções: jogadores com histórico de comportamento bom, sem lesão. O único contrato longo que fizemos é com Maxi, uma circunstância para fechar. Pittoni são dois anos. Os demais, um. Maxi são fois, com possibilidade de três. Ou a gente paga a multa, inferior à que tem hoje, de 100% do salário.
Foram contratadas muitas apostas? O número não é alto?
Os dois jogadores de maior nome são Maxi e Pittoni. Mas eu colocaria Rhayner próximo. Ano passado, jogou no Fluminense, colocou Thiago Neves no banco na Libertadores. Foi difícil negociar,pois ele teve outras propostas.
Perdemos quatro atacantes, trouxemos quatro. Meia não tinha; contratamos três. Vamos disputar cinco torneios e precisamos ter, no mínimo, dois jogadores por posição. Saíram 15 e contratamos 13.
O Nordestão será um teste. Diante disso, qual a ambição?
Futebol é competência e sorte, um pouco de cada. Se tivermos sorte e, se o elenco mostrar competência, vamos longe. Queremos ser campeões do Nordeste e do Baiano, o que não queremos é iludir técnico e torcedor dizendo que já temos time pronto para ser campeão. Não temos. Se o time encaixar, ninguém vai segurar, viu? O elenco é veloz, forte e competitivo.
Como as divisões de base?
Precisamos ter um macroplanejamento à parte. Hoje, os jogadores não chegam ao profissional preparados nem fisicamente, nem psicologicamente. A base ajuda pouco. Pode ajudar muito mais. Para isso, precisa ter estrutura, profissionais, instalações, dinheiro. Estamos com vários projetos já aprovados de Lei do Incentivo ao esporte que vão viabilizar o investimento.
E a Cidade Tricolor
O Bahia deve ir para Dias D`Àvila, mas quando tiver condição financeira e equacionar com a OAS as questões contratuais. É o que está sendo feito. A OAS é parceira do Bahia e vai continuar sendo.
Vamos chegar a denominador comum que viabiliza a ida para lá. É um centro de treinamento de primeiro mundo. É um pouco distante, mas vai dar orgulho a quem estiver lá. Além disso, vai ter trabalho social importante, parceria com a prefeitura. Um exemplo.
Existe alguma previsão?
A princípio, depois da Copa, se tudo der certo.
O que emperra? É o contrato? Os transcons da sede de praia…
Além do transcon, a dívida do Bahia. Não foi só o transcon. Aqui, não há desconfiança em relação a OAS. Mas é uma satisfação que a gente quer dar ao torcedor. Na época, foi dito que seria permuta. Não foi. Se foi bom ou mau negócio, é o que a gente está analisando. O contrato está ssinado e, dentro do contrato, a gente não tem que negociar. A OAS está tendo boa vontade.
A OAS continua como patrocinador máster? E a Caixa?
A OAS, dentro dessa parceria, assim como fez com o Vitória, já disse que pode ceder o espaço pra que a gente antecipe o valor da Caixa ou qualquer outro patrocinador. É por isso que eu digo: a relação do Bahia com a OAS é de parceria. É o que eu disse a OAS. Não adianta querer ir para um lugar que a gente não tem condições, nem pagar diferença que não tenha condições.
A Nike vai continuar?
O Bahia não está satisfeito com o contrato. A gente está conversando com a Nike para melhorar ou rescindir. Não estamos satisfeitos do lado financeiro e do fornecimento, que, ao nosso ver, não estão sendo cumpridos.
Há previsão para resolver?
Pra mim, tinha que ser ontem. Acredito que 30 dias.
Schmidt foi a Brasília para acompanhar o processo judicial de Marcelo Guimarães Filho? Como vocês lidam com isso?
Natural. Já era o esperado. Lamento muito e acho que ele deveria voltar de forma democrática. A eleição é no final do ano e era oportunidade de ele se apresentar candidato e voltar pela porta da frente, mas, se é legítimo que ele use da via jurídica e ele está exercendo o direito dele, vamos aguardar a decisão da Justiça. Espero, para o melhor do Bahia, que nada aconteça. Se acontecer, vamos entregar o clube. Decisão judicial não se discute, se cumpre.
A chance de você continuar no Bahia em 2015 é zero?
Zero? Zero menos dez! (risos) Não tem chance nenhuma. Preciso retomar minha vida. Não entrei no futebol para ganhar dinheiro, e sim ajudar o clube a tomar o rumo certo, que é disputar títulos: Baiano, Nordeste, Sul-Americana ou tentar vaga na Libertadores.
Se seguir esse pensamento, com dois ou três anos temos potencial, de torcida e patrocínio, para isso. É um clube de massa e o favorito no Norte-Nordeste. É o time de preferência pra qualquer jogador.”
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