Pela primeira vez após chegar ao Bahia, o técnico Sérgio Soares ouviu das arquibancadas o desejo de que deixasse o Esquadrão.
O Bahia estava vencendo por 2 a 0 e o modesto CRB chegou ao empate na Fonte Nova. Mais um empate? Seria demais para o torcedor. Mas Gustavo Blanco aproveitou toque de Kieza e recolocou o brilho nos olhos do treinador. Bahia 3 a 2!
Para o treinador, não existe possibilidade do grito do torcedor — “Adeus, Sérgio!” — surtir efeito.
“Eu não vou sair. Vim aqui dentro de um projeto para contribuir para que o Bahia suba para a Série A. Posso sair, se a diretoria entender que eu deva sair. O torcedor tem o direito de falar o que ele entende, mas temos que dar ênfase ao resultado que tivemos, que nos deu a condição de brigar pelo acesso. Na época da marcação alta que implementamos choveu de elogio, mas fiquei com o pé no chão e continuo com o meu trabalho até o final”, disse na coletiva.
“Não estou aqui brincando. Salvador é lindo e maravilhoso, mas minha família está em São Paulo e eu vejo esporadicamente. Respeito muito o torcedor do Bahia, quero que subamos e todos fiquem felizes e a gente comemore todo mundo junto na Série A do brasileiro”, profetizou.
Abraçado e defendido pelos jogadores após os gols e o apito final do juiz, Sérgio Soares contou que a parceria com o elenco é fruto do trabalho sincero e sem exposição de nenhum jogador.
“Eu sempre fui muito honesto no meu trabalho. Quando você trabalha com honestidade, você tem o grupo da forma como tivemos hoje. Dentro do meu trabalho de nove meses do Bahia nunca falei de “A” ou “B”, sempre resolvi internamente.”
“Por isso, com essa transparência, chega num momento como esse de os atletas nos abraçarem. Quando você vê uma atitude dessa do grupo, discordando totalmente da arquibancada, mostra que estamos no caminho certo”, afirmou.
Sobre a partida, o treinador azul, vermelho e branco disse que a equipe jogou um bom futebol até os 20 minutos da etapa final, mas se afobou após o primeiro gol dos adversários.
“Estávamos ganhando o jogo. Não caiu o mundo. Tínhamos equilíbrio, jogadores com capacidade de cadência e com poderio ofensivo, não poderíamos desestabilizar. O Adversário teve um gol de bola parada e o outro saiu um contra-ataque numa falta que também não houve. Com o empate ficou todo mundo a flor da pele, a arquibancada e o time em campo. Mas eu digo que tivemos capacidade para buscar o resultado”, analisou.
Soares concordou quando os jornalistas questionaram as seguidas falhas de marcação na bola aérea. “Temos que continuar trabalhando. É dessa forma que você consegue melhorar o que está de ruim. De repetente implementamos uma marcação individual. A por zona não será benéfica neste momento. Então temos que achar uma forma melhor”, disse.
E encerrou fazendo uma avaliação dos números do time. “Na minha opinião estamos fazendo um grande trabalho. Já usamos quinze atletas da base e hoje jogamos com seis. Filosofia da diretoria e minha também. O torcedor precisa entender e ficar do nosso lado. Se ele está achando que está ruim, é um direito dele. Porém, estamos numa situação boa no campeonato, brigando, revelando e os números estão aí”, encerrou.
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