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Do povo um clamor, Esquadrão faz 85 anos!

Notícia
História
Publicada em 1 de janeiro de 2016 às 00:15 por Da Redação

Oito décadas e meia de vida! Foram anos de muitas alegrias, conquistas e emoções! Neste 1º de janeiro de 2016 o Esquadrão completa 85 anos de história.

Fundado no primeiro dia do ano de 1931, o Esporte Clube Bahia coleciona títulos regionais e nacionais que dão orgulho ao povo baiano. Único clube do Estado a levantar troféus brasileiros, o Tricolor leva consigo uma multidão de apaixonados que aumenta a cada ano.

Em 2015, apesar de um início de tropeços e reviravoltas relembrou a todos o quão difícil tem sido a vida do torcedor nestas últimas temporadas. Foi um ano sofrido, apesar de melhorias consideráveis nas áreas administrativas.

Campeão do fraco mas importante Campeonato Baiano após uma recuperação inacreditável onde precisou virar um placar de 3 a 0 no jogo de ida contra o Vitória da Conquista, o Bahia animou a Nação e até terminou com o vice-campeonato do Nordeste perdendo no fim para o modesto Ceará, no primeiro semestre. As eliminações da Copa do Brasil, Copa Sul-Americana foram mais motivos para lágrimas.

Mas o pior de tudo e que frustrou muito o torcedor foi a maldita permanência na Série B. Em maio a palavra do clube era de esperança. Os diretores e o presidente Marcelo Sant`Ana usaram os microfones, câmeras e sites para transmitir uma sensação imaginária de que o acesso à Série A era quase uma certeza. Mas deu errado. Uma chuva de contratações no meio do ano, dispensa de atletas que poderiam ser úteis e chegada de gente descompromissada com o Esquadrão. O departamento de futebol se perdeu na miragem, o presidente parou no tempo e demorou em agir e o azul, vermelho e branco ruiu com apenas a 9ª colocação do torneio, atrás de times menos expressivos nacionalmente.

Mas vem aí 2016! Para o fiel torcedor tricolor não existe outra opção a não ser renovar as esperanças e apostar novamente no clube comandado por Sant`Ana. Com novo técnico na área (Doriva foi o escolhido para iniciar o ano) e um novo Diretor de futebol (Nei Pandolfo), o jovem e ainda pouco experiente cartola vem com um discurso mais palpável.

Para o torcedor, assim como para o presidente “o ano será duro”, mas quem gosta cuida e, apesar das dificuldades, lutaremos todos por um clube melhor, mais respeitado e principalmente, no lugar que merece estar.

“O Bahia não é um time, é uma religião”

Durante esses 85 anos, a tradição e o respeito no cenário nacional foram sendo conquistados com muito suor e vibração, dando ao Bahia uma torcida apaixonada – a maior do Nordeste e uma das maiores do Brasil.

Em 2007, fomos campeões brasileiros no quesito torcida: média de mais de 40 mil tricolores por jogo. Em 2008, infelizmente a torcida teve que se contentar com a distância. Por conta da tragédia da Fonte Nova e sua conseqüente inderdição, o Esquadrão mandou seus jogos em Camaçari e Feira de Santana. No ano de 2009, com a reinauguração do Estádio Roberto Santos, o Pituaçu, carinhosamente apelidado pela Nação Tricolor como “Pituaço”, a torcida voltou a dar show. Só não foi melhor pela capacidade do estádio (pouco mais de 32 mil lugares), além dos vários momentos de insensatez da diretoria, que insistiu em cobrar preços absurdos nos ingressos.

Já em 2010, foram diversos jogos com lotação completa. Em 19 partidas do Brasileirão da Série B, colocamos uma média de 18.654 torcedores por jogo. Dos 10 maiores públicos do campeonato, 7 foram do Tricolor, tendo sido o terceiro maior clube em arrecadação no país. Em 2011 e 2012, de volta a elite, não foi diferente. Mantivemos o nome do clube entre as maiores médias de público do Brasil.

Se em 2013, a história foi parecida, em 2014, com o afundamento do departamento de futebol, veio a queda para a Segunda Divisão e públicos pífios com uma Fonte Nova de ingressos exorbitantes e poucos benefícios para o torcedor.

Em 2015, a história teve tudo para ser melhor. Mas o fim do ano com a permanência fora dos 20 melhores do país, o ano foi frustrante.

“Nascido para vencer”

Nesses 85 anos, muitos ídolos apareceram; desde Gia, passando por Marito, Roberto Rebouças, Sanfillipo, Douglas, Jésum, Bobô…

Logo em seu primeiro ano, o Tricolor, do mascote Homem de Aço, venceu o estadual e foi apelidado de “Nascido Para Vencer”. As décadas passavam e os títulos só faziam aumentar. Houve inúmeras partidas inesquecíveis, como o 5 a 0 sobre o Santa Cruz (em 1981), o empate heróico na final do Baianão de 1994 – 1 a 1 – diante do Vitória e o grande triunfo nos acréscimos contra o Fast Clube de Manaus em 2007.

Supremacia, isso é o que temos contra o nosso rival. Para se ter uma pequena noção, dos mais de 440 BA-Vis disputados, o Bahia tem uma vantagem de cerca de 45 jogos e 100 gols de saldo. Até de 10 a 1 o Tricolor já venceu. Incrível, como o heptacampeonato baiano.

De 1973 a 79 só deu Bahia, sendo que o único título estadual que não ganhamos na década de 70 foi em 1972.

A primeira grande glória do clube aconteceu em 59. “Bahia, primeiro Campeão Brasileiro de todos os tempos”, escreveu O Globo. Para felicidade da Nação Tricolor, a Confederação Brasileira de Futebol, em cerimônia realizada este ano, reconheceu oficialmente este título como Campeonato Brasileiro. Com este reconhecimento, nos credibilizamos e nos tornamos o primeiro clube Campeão Brasileiro de Futebol.

– Um título único, inédito, de importância sem igual. Uma odisséia fantástica de um time desacreditado no começo da jornada; vitorioso inconteste no templo do futebol, o Maracanã, contra o Santos de Pelé, maior time do mundo de todos os tempos.

* Conseqüentemente, o Esquadrão de Aço foi o primeiro a disputar a Taça Libertadores, competição na qual voltaria em outras duas oportunidades.

A outra conquista grandiosa foi em 1988, quando, pela segunda vez, nos tornamos campeões brasileiros. Sob o comando de Evaristo de Macedo, o Bahia empatou com o “favorito” Internacional, em pleno Beira-Rio, e conseguiu mais uma estrela para a camisa, no campeonato cujas finais ocorreram no começo de 89.

* Foi também ano do recorde de público da Fonte Nova, a casa do Bahia, quando recebeu 110.438 pagantes na semifinal que o Tricolor eliminou o Fluminense: 2 a 1.

** Depois da conquista, Carnaval na cidade. “Não era feriado nem dia santo, mas, naquele 22 de fevereiro, Salvador parou. Todo mundo sabe quando a festa começou, mas ninguém lembra quando ela acabou…”

Segundo Luís Fernando Veríssimo – colorado assumido – para o Jornal do Brasil, ” O Internacional perdeu para um time melhor. Ponto.” Enquanto isso, Juca Kfouri, da Revista Placar, escreveu: “O Bahia não é simplesmente o único clube nordestino campeão brasileiro. O Bahia agora tem um título que nem Corinthians, nem Santos, nem Botafogo, nem Cruzeiro possuem – para ficar apenas entre os maiores do nosso futebol, integrantes do Clube dos Treze. O Bahia não é um campeão qualquer. É o campeão. (…) Campeão porque nas fases finais fez tudo o que se exige de um time vencedor. E campeão porque talvez nenhuma outra legião de seguidores mereça há tanto tempo esse título. A nação tricolor fez da paixão pelo Bahia uma profissão de fé que transforma a Fonte Nova no templo mais carinhoso do futebol brasileiro…”

“A virada”

Nos últimos anos sofremos bastante. O triste rebaixamento no dia 14 de dezembro de 2003, a permanência na segunda divisão na fatídica partida contra o Brasiliense, no dia 11 de dezembro de 2004, o rebaixamento em 2005 para o porão do futebol nacional, o fracasso em 2006 na tentativa de voltar a Série B (!) estraçalharam de tristeza o tão sofrido coração do torcedor.

Em 2007, apesar de continuarmos sem levantar um título (o jejum vinha desde 2002), ao menos voltamos à Série B, em conquista ofuscada pela trsagédia da Fonte Nova. Em 2008, perdemos o título baiano no critério de desempate de gols pró e a campanha na Série B, longe da torcida, foi suficiente para não voltarmos ao porão – terminamos na 10ª colocação. Enquanto em 2009, primeiro ano da gestão do “novo” presidente, Marcelo Guimarães Filho, por pouco o pesadelo não foi pior com um temido retorno para a Terceirona.

Em 2010, porém, recuperamos a moral. Após um Campeonato Baiano displicente, onde deixamos de ganhar por critérios de desempate, entramos na Série B com um só objetivo: retornar à elite do futebol brasileiro. Fizemos jogos memoráveis, principalmente quando jogávamos fora de casa –o que não era comum em outras temporadas. Foram triunfos contra Portuguesa, Ponte Preta, Sport, América-MG, Paraná e outros.

Nas arquibancadas de “Pituaço”, fomos os guerreiros de sempre. Entoamos novos cânticos como o inesquecível “Xálaiálaía! Vamos subir Esquadrão!” e passamos toda a energia positiva possível para o elenco. No jogo da subida, com 32.157 tricolores presentes, vencemos a Portuguesa por 3 a 0 e, enfim, soltamos o famoso e tão esperado grito “O Tricolor Voltou!!!”. Fomos premiados. Não só subimos como também fomos eleitos a “Torcida de Ouro” pela CBF. Mais ainda, vimos nosso rival sucumbir à Segundona diante do Atlético-GO, e o famoso “elevador” funcionar. Ano perfeito? Só faltava sermos campeões brasileiros… e fomos. A CBF reconheceu nosso título de 1959. Festa completa em 2010. Definitivamente, o ano da nova virada…

“Fim do jejum”

Em 2011, apesar de toda euforia e expectativas pelo retorno a elite e do futebol nacional, o time decepcionou em campo. Após uma pífia campanha no Estadual, ficando apenas em 3º lugar e mantendo o incômodo tabu, na Copa do Brasil o clube foi eliminado com uma derrota fulminante por 5 a 0 para o Atlético-PR e no Brasileirão lutou na parte inferior da tabela, escapando definitivamente do rebaixamento apenas nas últimas rodadas da competição.

Já em 2012, a agonia acabou, ao menos no âmbito estadual. Após bela campanha na primeira fase e um “susto” nas semifinais, o Tricolor aproveitou a vantagem para, com dois empates, desbancar o rival e voltar a soltar o grito de “É campeão!” após 11 anos de jejum no estado.

Aliado ao título do Baiano, a campanha na Copa do Brasil começou a empolgar a Nação Tricolor. Mas o “banho de água fria” veio nas quartas de final, quando sofremos duas derrotas para o Grêmio e demos adeus a competição. Na Sul-Americana, não deu nem pra sentir o gosto, após a precoce eliminação ainda na primeira fase, diante do São Paulo. No Brasileirão, o pior. Assim como no ano anterior, o desafio tricolor foi de fugir do rebaixamento, o que só foi confirmado na última (!) rodada. Isso é muito pouco para um clube Bicampeão Brasileiro e com a imensa Nação que tem!

“Democracia”

Após árduos anos de ditadura, em que o clube foi praticamente uma capitania hereditária governado por apenas uma família, em 2013 o Esquadrão conseguiu sua liberdade. A luta da torcida pelo voto direto foi destaque nacional nos noticiários e acabou dando resultado. Em 7 de setembro daquele ano, o sócio elegeu democraticamente seu primeiro presidente, vice-presidente e conselheiros. Neste período o Esquadrão ganhou cerca de 20 mil novos sócios.

Em campo, o clube levou goleadas humilhantes para o rival no campeonato baiano e perdeu o título. No Brasileiro, já com o ambiente político em ebulição, conseguiu a duras penas se segurar na elite.

“Futebol esquecido”

Em um ano que teria tudo para dar certo, com apoio intenso da torcida e votos de confiança de todos os tricolores, em 2014 o clube viu seu maior departamento sucumbir perante outros clubes nacionais. O título do Baiano, conquistado com louvor, foi completamente esquecido após uma campanha ridícula do time de futebol no Brasileiro.

Humilhado, o torcedor assistiu novamente o azul, vermelho e branco cair para a Segunda Divisão. Num misto de vergonha, indignação e frustração, a Nação aceitou a morte como se já fosse algo previsto dada à falta de profissionalismo e motivação presente num elenco desclassificado e incompetente.

Em dezembro, um novo presidente foi eleito nas urnas para um mandato de 3 anos consecutivos. A vontade dos sócios foi respeitada e novos administradores entraram no comando.

“Perdeu o gás”

No discurso desenhado pela equipe do jornalista e presidente Marcelo Sant`Ana a vida era bela em 2015. Triunfos, conquistas, motivação, Baianinho na mão e uma colocação elegante no Nordestão. A Série A era questão de esperar o fim do ano. Mas o futebol não é no papel nem nos microfones.

O departamento de futebol, principal responsável pela montagem do time que subiria para a elite, errou feio. A falta de compromisso do time, e o amadorismo e a falta de pulso dos gestores eram visíveis. O número de contratações tão criticada pelos atuais administradores até superou anos anteriores. E ouvimos que “a fase das contratações de caminhões de jogadores estava encerrada no clube.” Foi assim?

Não. Vieram mais de 20 “atletas” de qualidade duvidosa. O resultado foi o desastre na linha final acabando fora dos classificados à elite do futebol brasileiro.

“Corrigir erros”

Um ano é pouco, mas no futebol se aprende rápido e 2015 precisa servir de aprendizado. Para Marcelo Sant`Ana, o vice-presidente Pedro Henrique, diretoria e funcionários o objetivo deve ser não errar novamente.

À Nação, agora com sócios com poder democrático na mão, fica o dever de acompanhar, fiscalizar e cobrar. O Bahia é grande e não pode permanecer no segundo escalação dos clubes nacionais.

Vamos fazer valer nosso hino!

“Mais um! Mais um, Bahia!

Mais um, mais um título de glória!

Mais um! Mais um, Bahia!

É assim que se resume a sua história!”

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