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Decepcionado com má fase, Cerri avalia campanha do Bahia na Série A

Notícia
Entrevista
Publicada em 28 de novembro de 2019 às 17:10 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Sem vencer há nove jogos no Campeonato Brasileiro, o Bahia vive seu maior jejum de triunfos desde 2014. O mau momento vivido pela equipe causa decepção nos torcedores, que esperavam por uma briga por vaga na Libertadores.

Em meio à má fase vivida pelo Esquadrão, a diretoria do clube tem ido a público para se pronunciar, durante esta semana. Após entrevista concedida pelo presidente Guilherme Bellintani, na última segunda-feira, o diretor de futebol, Diego Cerri, falou com a imprensa nesta quinta (28).

Na sala de imprensa do Fazendão, Diego Cerri admitiu decepção pelos resultados do Bahia ao longo do segundo turno e que não consegue achar explicações para este momento.

Decepção por resultados

“Difícil achar explicação para esse momento ruim, de pouca pontuação, porque você passa a analisar: qualidade? Podemos melhorar. Mas esse mesmo elenco fez um campeonato surpreendente, era vista como a equipe que se meteu no meio das equipes com orçamento maior. É o mesmo elenco. A comissão é qualificada, a comissão da casa é qualificada. A diretoria está fazendo o máximo para estruturar esse clube. A gente trabalha com novo centro de treinamento, de um patamar diferente, com venda de atletas, que é uma obrigação, de R$ 30 milhões por ano, e batemos essa meta, e uma série de ações que o Bahia tem feito”.

Foco no futebol

“Foco é o futebol, é o carro-chefe, tem que andar bem. Precisamos evoluir ano que vem, fazer um campeonato melhor. Está no limite? Não. Acho que poderíamos ter ido mais longe. Esse é um sentimento de todo mundo aqui dentro. A gente sabe que poderia ter ido mais longe com o que temos. É o que vamos sempre brigar”.

Bahia sofreu um choque de realidade?

“Não foi um choque de realidade, porque tenho certeza de que poderíamos chegar a essa fase da Libertadores, seja direta ou nas qualificatórias. Não foi um choque. Colocamos como obsessão chegar, algo que acho correto, pelo trabalho, pelo grupo, por todo trabalho que é feito, a gente tem que pensar grande. Não consigo dizer que é um sonho. Pode ser uma realidade. Hoje, machuca todo mundo essa fase ruim, a queda de produção, mas não é um choque de realidade. Bahia vem construindo ano a ano uma estrutura melhor e que vai possibilitar que a gente chegue, se não for esse ano, que está difícil, mas vamos lutar até o final, mas, se não for esse ano, o ano que vem, o próximo. O Bahia vai chegar em coisa grande”.

Torcida com expectativas frustradas

“O torcedor criou uma expectativa, como nós criamos, e era real. É natural que exista uma crença grande, gere uma frustração. Nesse momento, o torcedor ficou magoado. Nós que somos profissionais, temos que trabalhar muito para que o torcedor volte a sentir o orgulho. Não é má vontade. O torcedor vai vir junto com a gente”.

Queda de rendimento

“Não vou falar de cansaço. Todo mundo está se desgastando. O que digo é que o futebol, todo mundo está buscando uma explicação. Quantas vezes nos reunimos procurando entender, nos colando à disposição para intervir? Se tivesse um motivo, seria mais fácil. Mas a grande verdade é que não temos problema, uma convivência boa, jogadores de caráter, isso é inegociável. São jogadores comprometidos, mas às vezes as coisas não acontecem. Nós temos trabalho para reverter esse quadro negativo. Não é uma coisa normal, que a gente aceite. A gente procura criar condições para reagir. Enquanto você acredita, você luta para chegar onde pode chegar. Se você desiste, tem um conformismo e pronto. Não é o que acontece. O Bahia tem uma diretoria atuante, um clube que faz de tudo, mas tem fases que as coisas não acontecem. Quando você tem um ciclo positivo, um triunfo chama o outro, tudo que você faz dá certo. E tem momentos que nada acontece como você quer, baixa a confiança, você está ganhando um jogo, de repetente empata, a pressão aumenta. O que a gente pode fazer é não se conformar, lutar com todas as forças. Tem que haver uma entrega. Uma hora, essa fase ruim acaba. Enquanto a gente tiver disputando, vamos trabalhar o nosso máximo. Cabe a nós reverter esse momento. Iniciamos bem o campeonato, tivemos um momento excelente, e agora um momento ruim. Todos que fizeram parte daquele momento, também estão fazendo parte agora. E estamos lutando juntos”.

Houve carência no elenco?

“Houve as lesões, mas, mesmo assim, temos peças de reposição, um elenco homogêneo, jogadores brigando por espaço. Agora, uma coisa é ter elenco, outra é estar rendendo. O elenco tem capacidade, há uma disputa interna, tem jogadores que querem estar jogando mais, o que é normal, desde que haja respeito. Não é um elenco reduzido em opções de ataque. Agora, tem momento que estão rendendo bem, tem horas que cai um pouco. Quando a equipe caiu, foi em conjunto. Temos machucado o Rogério, o Marco, mas temos uma série de jogares no ataque. Na verdade, o incomodo é porque, tanto nós aqui dentro, buscando entender, como o torcedor, porque acha o elenco qualificado, e precisa entender o que está acontecendo, se o grupo está rachado, se tem conformismo. Não tem isso. Há uma obsessão de chegar cada vez mais alto, mas estamos enfrentando uma fase difícil. O campeonato como um todo pode ser encarado como bom, mas por tudo que a gente fez, era viável chegar na Libertadores, agora estamos sendo cobrados por isso, o que é natural. No macro, é diferente dos outros anos. Nessa construção passo a passo, sem conformismo, se você comparar 2017 e 2018, a palavra rebaixamento permeava, o risco. Esse ano, o enredo foi outro. O campeonato todo, a gente falando em Libertadores. Infelizmente, a gente acabou nesse momento, mas avalio um campeonato maior, e a tendência é crescer ano após ano”.

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