Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
O Bahia não saiu de um empate sem gols com o São Paulo, na noite desta quarta-feira (09), e perdeu a chance de terminar a rodada dentro do G-6.
Após o resultado que colocou o Esquadrão na oitava posição, o técnico Roger Machado concedeu a tradicional entrevista coletiva, na qual falou sobre o desempenho de seus jogadores na partida, sua análise do jogo disputado na Fonte Nova e do futuro do Bahia na Série A.
Jogo equilibrado, mas com pouca criação ofensiva
Em sua análise sobre o jogo desta quarta-feira, Roger Machado afirmou ter visto uma partida equilibrada, com o nível de tensão digno de um duelo direto pelo G-6, o que teria resultado nas poucas oportunidades de gol criadas pelo Bahia.
“A questão toda para mim é que foi um jogo truncado. Em quatro jogos contra o São Paulo, não tomamos gol. Pelo modelo do São Paulo, ia priorizar a posse de bola. Quando retomasse, teria possibilidade de contra-atacar. Em alguns momentos, a gente conseguiu. Outras, faltou lance final. Não foi um jogo bonito, porque foi como conseguimos nos adaptar a um estilo de jogo que já conhecemos, de Diniz, de mobilidade, troca de posição com jogadores leves. Poucas oportunidades de gol. O que a gente sente, o que fica é a frustração de não ter vencido, pelo benefício que a vitória nos traria. Foi um jogo equilibrado. Jogam-nos contra o São Paulo, estamos brigando na parte de cima da tabela. Que bonito. Hoje estamos disputando com o São Paulo uma vaga no G-6. Entendo a frustração do torcedor, mas temos que valorizar. A expectativa criada pelo grupo, hoje a torcida não gostou do resultado, se manifestou. Mas, durante o jogo, apoiou. O que não posso é tirar a confiança e moral dos jogadores porque a bola não entrou hoje. Vamos triar pontos do adversário fora de casa. Dois empates, um fora e um aqui contra o São Paulo. A gente igualou a disputa. Em outras, vamos ganhar”, avaliou.
Atuação do Bahia
Apesar de ter admitido a baixa produtividade do time no campo ofensivo, Roger Machado também explicou os motivos que lhe levam a acreditar que o Bahia não fez uma atuação negativa.
“Tomada de decisão no último passe, um pouco mais de capricho na hora de oferecer a bola ao adversário. Às vezes, mais calma para dominar a bola, perder, às vezes, um segundo a mais para ter o controle, um chute melhor. Não vi um mau jogo. De novo, jogamos contra um adversário direto na briga pelo G-6, gente. Temos que valorizar o empenho dos atletas. Nosso primeiro objetivo é chegar à pontuação que nos permita permanecia. Depois, podemos garantir rapidamente a possibilidade de Sul-Americana. Porém, Libertadores, a possibilidade dela vai se decidir nas últimas duas, três rodadas. Ninguém vai classificar agora nem ser campeão faltando 15 rodadas. Isso vai refletir e é preciso valorizar o que os atletas estão trabalhando”.
Desgaste dos atletas
“Jogo desgastante. Élber e Artur com virose, Gilberto não se recuperou. Moisés sentiu o jogo. Outro dia estava falando que, a partir de agora, vou botar o grupo à prova. Vai aparecer oportunidade para todos, em função dos pequenos problemas, lesão, suspensão. Jogo desgastante. O adversário sentiu, a gente terminou o jogo pressionando o adversário com Fernandão, aos 49, pressionando o goleiro dentro da área, o time todo no campo do São Paulo. Resultado não é o que queria, mas eu estou feliz, orgulhoso, o time se dedicou até o final”.
Disputa pelo G-6
“A Libertadores vai estar nos últimos jogos. Se a gente decretar dois jogos como divisor de águas, está muito longe. Mesma coisa é dizer que quem está a quatro ou cinco pontos do líder não vai ser campeão. Não vejo assim. Agora com relação ao questionamento anterior, nós sempre jogamos no limite. Vamos sempre jogar para conseguir competir com outras equipes de orçamento maior. Se eu mostrar para vocês a nossa perspectiva de pontos disputados nesses blocos de seis jogos, atingimos, fechamos o bloco com oito pontos, que é o mínimo que a gente determinou para cada bloco, tendo como partida ano passado, 48 pontos. Bloco anterior, fizemos 14. Anterior a esse, fizemos seis ou sete. No bloco anterior, fizemos 10. Para nossa expectativa, está dentro do planejado. Vai oscilar. Ainda mais com sequência de jogos e pequenos problemas. Não porque não estão mesmo nível, mas não no mesmo ritmo, sincronismo. Sábado não vou levar um minuto atletas para o campo. Quando a gente tem um grupo mais enxuto e joga sempre no limite em muitos momentos, perna mais cansada, jogador extenuado, você vai tomar decisão equivocada na hora da pressão e cansaço. Isso vai influenciar. Mas oscilação é natural, dentro ou fora de casa”.
Arbitragem confusa
“Não é a minha personalidade. Cada um tem a sua forma de conduzir. Não concordo com esse tipo de conduta. Ele é mediador do espetáculo. Quando ele se comportar como protagonista do jogo, acontece que nenhuma das equipes gostam da conduta. Não é esse jogo de hoje. Arbitragem confusa. Bastante confusa. Mas não foi o responsável pelo placar do jogo”.
Sem tempo para mudar forma de jogar
“Não tem tempo para mudança. A gente demora tanto para construir jeito de jogar. Não tem tempo para modificar e construir sem treino. Mecanismo estão consolidadas assim porque foi como treinamos bastante. A variações estão dentro do nosso sistema. Hoje desfiz tripé e abri 4-4-2 pelo fato de já ter jogado assim e ter mecanismos já mais interiorizados nos atletas. Opção pelo Ronaldo também teve a ver pelo sincronismo e pelo fato de ele estar jogando há mais tempo. Podia optar por João, que tem trabalhado bem no tripé da frente e tem jogo de arrasto, diferente do jogo do Ronaldo, mais técnico. Demora para ter um jeito de jogar, não pode se perder pela instabilidade. Impossível achar que, em 38 rodadas, os times não vão oscilar. A única equipe que não oscilou foi o Flamengo. As outras todas oscilaram. Não dá para esperar muitas mudanças do que a gente vem fazendo, senão a gente mais atrapalha do que ajuda os atletas dentro de campo”.
Oitavo colocado, com 38 pontos, o Bahia enfrentará o Fluminense neste sábado (12), às 19h, no Maracanã.
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