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Bellintani valoriza campanha do Bahia na Copa do Brasil

Notícia
Entrevista
Publicada em 18 de julho de 2019 às 11:34 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Pelo segundo ano consecutivo, o Bahia encerrou sua participação na Copa do Brasil como um dos oito melhores da competição, mas desta vez tendo sido o único time que iniciou na primeira fase e chegou até as quartas de finais.

Em entrevista coletiva após a eliminação, o presidente Guilherme Bellintani valorizou a campanha tricolor, destacando as limitações orçamentárias do Bahia em relação às outras equipes que estavam nas quartas de finais e citando

“Entraram 80 clubes no começo da competição. Dos 80, o único que permaneceu até hoje somos nós. Se isso não for louvado, não há nada a ser louvado. Me desculpa. Mas, de 80, um ficou. Esse um não merece ser louvado? Se a gente acha que chegou ao máximo que podia, não. Poderíamos ir além, mas tirar a louvação a um resultado que tivemos. Vão dizer que tinha times pequenos, mas não interessa. Outros clubes enormes estavam lá e não chegaram. Confesso que hoje, no intervalo, encontrei um amigo que falava do quanto ganharíamos se fôssemos às semifinais. Se me perguntassem se eu preferia ganhar os R$ 5 milhões do campeão e ser eliminado hoje ou se eu preferia ser campeão e não ganhar nada, eu diria que prefiro ser campeão. O dinheiro é um meio para o sucesso esportivo, mas não é fim. O Bahia tem usado o crescimento orçamentário para estruturar melhor seu futebol. Não ouvi ainda esse ano uma frase célebre que sempre perguntam: “O Bahia vai brigar para não cair?”. Não ouvi. Resultado de um trabalho sério de planejamento e organização financeira. A entrada na Copa do Brasil nas oitavas tem uma grande vantagem, que é o calendário mais leve. Mais solto, mais livre, e isso é muito relevante para um clube com as limitações orçamentárias como o Bahia, que não tem como montar dois times. E ainda fizemos uma estruturação do time de transição, que não tínhamos feito no ano passado, para que, com o passar dos anos, a gente tenha como liberar o calendário, usando dois times. Alguma hora vamos chega a esse nível”, falou o presidente.

Bellintani exalta o fato de o Bahia ter sido o único dos 80 times da primeira fase a conseguir terminar entre os oito melhores.

“A minha primeira percepção é de que, apesar de o Bahia ter sido visto como intruso nessa fase, o único que veio desde o início, com menor orçamento talvez dos oito clubes nessa fase, apenas dois tinham folha salarial abaixo de R$ 10 milhões. Nós temos um terço das seis maiores folhas. O torcedor aparentemente não quer saber disso, quer resultado, mas a gente sabe que o torcedor compreende a lógica do clube que ele próprio está construindo. Com oito clubes nessa fase, a gente via que era justo e possível estar entre os quatro. Infelizmente, não aconteceu, mas podia ter acontecido, são as circunstâncias do futebol”, destacou.

Tirar lição da derrota

“O que devemos avaliar naturalmente é que esses momentos servem como aprendizado, fortalecimento, hora de lamber as feridas, entender que decepciona qualquer um, entristece qualquer um, mas a gente está no momento de absoluta sintonia com a torcida, que entendeu… Mais do que isso, compôs um modelo de clube, que reconhece os avanços e reconhece que aqui tem gente de bem e buscando o melhor par o clube. Não vamos desistir disso. O objetivo é que, a cada ano, a gente seja visto menos com intruso e mais como participante real e efetivo de cada competição como essa. E quero mandar um obrigado e um abraço a cada um dos 46 mil torcedores, mesmo os mais decepcionados, tristes. Os mais enraivados. Os mais solidários e os menos solidários. A cada um, quero mandar meu abraço, dizer que a tristeza de cada um é nossa também. Mas que vamos seguir de cabeça erguida e de pulmão cheio de ar para conseguir, aos poucos, que a gente seja visto cada vez menos como intruso em competições nacionais”.

Atuação do Bahia contra o Grêmio

“Faltou, por exemplo, a gente jogar um segundo tempo da partida como o segundo tempo contra o Grêmio, no primeiro jogo. Por 10 minutos, a gente conseguiu, e foi justamente no fim desses 10 minutos que a gente tomou o gol. Os 10 minutos foram interrompidos com o gol do Grêmio. Talvez a gente fizesse um segundo tempo equivalente. Mas aconteceu o gol, e gol muda a história. Na sequência, teve a expulsão, que aprofundou a mudança dos rumos que a gente pretendia. Foi o que eu vi como torcedor. Eu apenas me permito respirar, voltar à minha situação de comando e liderança no clube, que sempre será liderado por um torcedor enquanto eu for presidente. Mas não posso agir como torcedor. Tenho que agir como presidente para liderar o grupo. Lógico que tem a liderança do Roger no vestiário, outras pessoas nos seus setores. Mas, se eu, que sou líder do grupo inteiro, tiro a mão do timão, o navio perde o rumo. Tenho que respirar, sofrer como torcedor, entender, ver onde podemos melhorar. Valorizar as coisas boas, porque é importante, no processo de liderança do grupo. Se o presidente só ressalta coisas ruins, perde o comando. Então é preciso entender, saber a hora de fazer críticas, pontuar as lacunas e valorizar as coisas boas”.

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