Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
O Bahia foi a Porto Alegre e encarou o Grêmio de igual para igual. Empatou em 1 a 1 e poderia até ter vencido de virada. Após a partida disputada na casa do adversário, o técnico Roger Machado concedeu a tradicional entrevista coletiva e falou sobre o desempenho de seus jogadores no duelo.
Com longa história pelo Grêmio, tanto como jogador, mas também como treinador, Roger Machado falou sobre as dificuldades encontradas na arena gremista e demonstrou satisfação pela atuação do Bahia na conquista do empate fora de casa.
“Uma decisão de dois tempos, de 180 minutos. Acho que nós iniciamos bem. Empatar fora contra o Grêmio nunca é fácil. Vencê-los aqui, a gente sabe que é bastante difícil. Com nossa força máxima, com jogadores que a gente sabe que, do meio para frente, manejam muito bem a bola e têm vitória pessoal. Nós fizemos um jogo equilibrado. No intervalo, nas orientações, eu elogiei muita coisa boa, com exceção daquele momento de desatenção numa bola parada, em que o Jean Pyerre achou o Everton nas costas da nossa linha, e que originou o pênalti. Mas que a gente circulasse um pouco mais a bola com tranquilidade, fizesse a bola bater nos corredores, não desejasse acabar a jogada pelo mesmo lado que a gente iniciava a nossa transição. E a gente fez um segundo tempo que talvez nos permitisse até mesmo ter um resultado melhor. Saio satisfeito, mas sabendo que não tem nada decidido, que a outra partida jogada em casa, com apoio da torcida, vai ser muito dura. Mas seguimos motivados e confiantes depois desse empate em Porto Alegre”, avaliou.
Diante de um treinador com quem já trabalhou por vários longos, Roger também afirma que aplicou conceitos que poderiam deter as ideias de Renato Gaúcho e, sendo assim, evitar surpresas.
“A gente projeta vários cenários. A gente sabe, como treinador, as alternativas que tem na cabeça. Conheço Renato. Todo mundo sabe a admiração que tenho por ele, já trabalhei com ele como jogador e auxiliar técnico. Sei como pensa um pouco, sua estrutura de jogo. Mas treinamos e imaginamos o Grêmio sob dois aspectos, com meio mais flutuante, com Luan à frente, como foi treinado, isso faria com que a gente tivesse que estar bem curto no campo para impedir as flutuações do Luan. E com centroavante como referência, Vizeu ou André, como veio no caso de hoje, é que teria uma tentativa de empurrar nossa linha para perto do nosso gol e ter mais presença de área para as virtudes pessoais das beiradas e as infiltrações do Jean Pyerre, que a gente sabe que é muito forte, que aconteceu, não numa jogada de bola rolando, porque a gente estava muito atento, mas, infelizmente, numa jogada de bola parada, numa desatenção. Não é surpresa, porque a gente projeta vários cenários, entre eles, esse que entrou em campo”, disse o treinador.
Atuação de Artur
“Artur hoje foi um gigante do nosso lado. Everton do lado deles e Artur do nosso lado. Defensivamente, um gerando problemas e, ao mesmo tempo, soluções para suas equipes”.
Atitude do Bahia
“Acho que não houve mudança de atitude, nós tivemos atitude no jogo todo. O Grêmio, com ímpeto, em casa, muitas vezes nos empurrava para dentro do nosso gol. A gente conseguia, na primeira fase de construção, romper os dois atacantes e os dois beiradas do Grêmio. Mas, depois, a gente não conseguia concatenar e organizar a nossa transição a partir dos nossos pontas, a partir do Ramires, do Gilberto. Entregávamos a bola pelo mesmo lado onde a jogada começava. Isso fazia com que o Grêmio viesse para cima. Corrigindo isso, um segundo tempo mais aberto, imaginando que o Grêmio desejasse ampliar a vantagem, nos deu condição de ir encaixando os contra-ataques, segurando a bola na frente, rodando a bola, criar os espaços que nós conseguimos originar, não o gol, mas a jogada do gol, que foi cruzamento e depois o escanteio, atacando no primeiro pau, jogada forte da gente. Orientações são bastante técnicas. Naquele momento, tranquilizar os jogadores, porque nós estávamos fazendo uma boa partida. Não tinha motivo para que nós alterássemos ou fizéssemos significativamente grandes mudanças”.
Conhecimento sobre Everton
“Eu conhecia o Everton quando eu ainda era auxiliar. Eu fui ver um Gre-Nal sub-20. Perto do final do jogo, ele entrou e fez exatamente um gol com as características que acabam caracterizando-o. Essa grande capacidade de trazer a bola para dentro, perto do gol, e finalizar. Vejo com bastante felicidade a evolução dele. Com todo talento sempre, se mostrou aberto e receptivo a receber informação. Essa, para mim, é uma das grandes características dos grandes jogadores, a humildade de saber que sempre podem evoluir. Foi, com mérito, o melhor jogador da Copa América. Goleador. E é sempre muito difícil marcar. Tem que esperar, não dar as costas à linha, porque ele pega em projeção e profundidade, como pega com drible. Esperar a cobertura chegar. Se possível, dobrar, um marcar fundo e outro marcar meio, e muito concentrado, porque ele é o tipo de jogador que tem um leque grande de dribles, como Artur”.
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