No primeiro dia de 1931 a história esportiva da Bahia e do Brasil passou a ser reescrita. Ainda sob a euforia da passagem de ano, dissidentes da Associação Atlética da Bahia e do Clube Baiano de Tênis fundaram aquela que seria a única razão para você estar aqui neste momento.
Não que isso seja pouco. Campeão em seu primeiro ano de fundação, primeiro campeão Brasileiro, único bicampeão da elite nacional dentro de campo, maior conquistador de títulos estaduais, maior torcida entre os times nordestinos, o Bahia sempre deu motivos para sua torcida se orgulhar de ostentar suas cores e seu nome ao redor do mundo.
E quando se fala da torcida, estamos falando de nós, principal patrimônio do clube. Fomos nós que não deixamos o clube morrer, no momento mais crítico de sua história. Se no final dos anos 80, o Bahia foi aquele time ousado, campeão em 88 e semifinalista em 90, as décadas seguintes foram de estagnação e retrocesso.
Desmando, incompetência, irresponsabilidade e outros adjetivos que renderiam processo fizeram que a administração do Bahia parasse no tempo, sua estrutura física ficasse em ruína e o respeito e admiração conquistado nas décadas anteriores se tornassem desprezo, chacota e no máximo pena por parte daqueles que vivem ou gostam do futebol.
Nesse período, a única coisa que não conseguiram roubar foi nosso amor e fidelidade ao clube. Foram necessários anos de luta, muitas derrotas, várias ameaças e incontáveis vexames mas ao final, o bem venceu os maus. Nossa torcida não só conseguiu derrubar uma ditadura dita “eterna” como se livrou de pseudo mecenas que levaram as finanças do clube quase à falência.
Depois dessa limpeza, chegou a hora da reconstrução e isso vem sendo feito desde 2013. 3 presidentes eleitos diretamente pelos sócios adimplentes, renovação e modernização do estatuto, redução das dívidas e recuperação da imagem da instituição perante o universo desportivo.
É verdade que dentro de campo as conquistas ainda são pequenas quando olhamos para o passado mas, se lembrarmos que de 2013 até 2018 conquistamos mais títulos do que o havíamos vencido nos 10 anos anteriores, concluímos que o Bahia gradativamente está voltando a ser aquele clube que nasceu para vencer.
Marca própria de uniforme, crescimento do quadro de sócios, valorização da marca perante o mercado e até mesmo em outros seguimentos, revelação de jovens talentos, manutenção na Série A e Sul-Americana, austeridade administrativa e ousadia e pioneirismo na negociação dos direitos de TV. Quem acordasse de um coma de 10 anos e visse o Bahia de hoje certamente pensaria que estava sonhando.
O ano que se inicia parece promissor. A base do time de 2018 junto com os reforços especulados se não fazem com que pensemos no título do Brasileiro em dezembro, nos dão boa expectativa para as competições do primeiro semestre.
Que no ano de seu aniversário de 88 anos, o Bahia presenteie a cada um de nós com títulos em campo e orgulho fora dele. Nossa parte, enquanto site de torcedores, feito para torcedores, seguirá sendo feita como vem ocorrendo desde a era das trevas.
Feliz aniversário, seu lindo!
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