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Uniformes, EI, futebol e futuro: Bellintani detalha trabalho no Bahia

Notícia
Entrevista
Publicada em 14 de agosto de 2018 às 11:11 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Em entrevista ao programa Papo com Tillé, da rádio Metrópole FM 101.3, o presidente tricolor Guilherme Bellintani detalhou seu início de trajetória no comando do Esporte Clube Bahia. Após oito meses no comando, ele explica as dificuldades encontradas, os desafios futuros, projetos em andamento e o trabalho realizado no dia-a-dia.

Dentre os pontos citados na entrevista com o apresentador Antônio Tillemont, Guilherme Bellintani explicou como é feito o trabalho de análise, observação e conversas até que chegue a um consenso por uma determinada contratação. O presidente garante que nenhum jogador foi contratado baseado em apenas uma opinião.

O presidente destaca a presença de Diego Cerri como um diferencial para seu trabalho no Bahia, especialmente na montagem do elenco que iniciou a temporada de 2018.

Bellintani também explica como o Bahia poderá lucrar mais com a produção própria e comercialização dos novos uniformes da marca Esquadrão.

O mandatário tricolor afirma não garantir presença do clube na próxima Copa do Nordeste e explica como tem buscado resolver a questão do Esporte Interativo.

Diretoria de futebol e contratações realizadas:

“Mantive Diego Cerri, não tive nenhuma dúvida disso. Hoje, sei que foi uma das minhas decisões mais acertadas. Ele chegou na época que o Bahia estaa “capengando” na Série B e ele participou ativamente da reestruturação daquele time. Em 2017, acreditamos que tivemos um bom resultado na Série A. Para um time que havia voltado recentemente pra elite, considero como um resultado positivo, por dificuldades orçamentárias. Em 2018, Diego me ajudou intensamente na montagem do elenco”.

“Independente das dificuldades que são naturais, todos podem concordar que erramos muito menos na montagem do elenco neste ano. Tivemos uma margem de erro individual muito pequena. Pode dizer que o time demorou para encaixar no primeiro semestre. E Diego Cerri é o grande comandante. Eu participo com veto, com análise, conversas. Há a avaliação do DADE, mas eu também converso com pelo menos oito a dez pessoas, de outros lugares. A partir de todo esse processo, eu decido se vamos ou não contratar”.

Uniformes

“Nós tínhamos um royalite de R$ 11 reais por camisa, que dava 10% no preço da camisa que o fabricante vendia para o lojista. Agora, vamos receber do fabricante por um preço muito menor. E os royalites com lojistas vai subir para até 35%. E teremos um lucro ainda maior quando a nossa própria loja vender o produto.

Temos um lucro atual de R$ 800 mil por ano e nossa expectativa é de ultrapassar os R$ 3 milhões por ano, podendo talvez chegando até R$ 4 milhões. Ou seja, chegando a ser quase cinco vezes mais de lucro, sem deixar cair a qualidade. Já temos duas fábricas fechadas e estamos fechando com uma terceira. São fábricas já especializadas no assunto, que muitas inclusive já foram contratadas pela Umbro para fornecer seu material, que são especialistas. Com um trabalho bom de logística, não há porque ter problema”.

Diferença financeira e futuro do Bahia no Campeonato Brasileiro

“O Bahia disputa o Campeonato Brasileiro com times com uma folha mais cara. Temos uma folha salarial de R$ 3 milhões e 12 clubes possuem orçamento duas vezes maior do que o nosso. Temos uma dificuldade econômica e o Bahia não vai, de um ano para o outro, mudar seu patamar no futebol brasileiro. Não posso dizer que de uma hora para hora vamos lutar pelos primeiros lugares. O primeiro passo deve ser reconhecer nossas limitações, saber que estamos no processo de reestrururação de um clube que ficou quase 30 anos afundado. O que queremos é, a cada ano, ficar algumas posições acima da colocação do ano anterior. Com alguns anos, com o clube estabilizado financeiramente, o torcedor possa entender que podemos disputar posições mais altas. Vocês não terão um presidente enganador”.

Caso Esporte Interativo

“É uma lástima, uma vergonha. A gente já tinha um contrato muito questionado com o Esporte Interativo, que já tinha alertado ao Conselho Deliberativo duas vezes. Já tínhamos lacunas no contrato e ainda fomos pegos de surpresa com o encerramento do canal pela Turner. Vai haver a transferência de alguns produtos para outros canais da Turner e a extinção de outros. O Esporte Interativo nos explicou por alto, mas ainda não entrou em contato para explicar detalhadamente. Estamos preferindo nos organizar entre clubes. Teremos reuniões com Atlético-PR e Coritiba para discutir com estes dois clubes quais serão os próximos passos. Eu sinto que esta história vai acabar em uma disputa judicial ou de arbitragem, como prevê o contrato”.

Cidade Tricolor

“Vamos nos mudar para a Cidade Tricolor em 2019. Estamos em um processo de reestruturação, realizando orçamentos para os quatro campos. Precisamos também de uma reforma na estrutura dos prédios, de jardinagem e mobília. Por último, vamos montar um plano de logística para levar o clube para lá. Nossa previsão é para junho ou julho de 2019”.

O que será feito com o Fazendão?

“A ideia é colocar à venda o Fazendão. Não faz sentido o Bahia reter um patrimônio deste podendo vender e aplicar o recurso de outra forma, inclusive patrimonialmente. Mas quem vai decidir isto é o Conselho Deliberativo e a Assembleia de Sócios”.

Presença do Bahia na Copa do Nordeste está indefinida

“Nos próximos dias o Bahia vai alertar a Liga que, enquanto não houver definição de transmissão, estruturação econômica e premiação, não é garantida a presença na edição de 2019. Pode não disputar, se não houver condições econômicas para isso, quem vai transmitir. Não vou aceitar, de jeito nenhum, que minha marca esteja disputando uma competição como a Copa do Nordeste, seja exibida exclusivamente pela Internet. Com todo respeito a Internet no mundo moderno, não é um canal que valorize totalmente meu patrimônio. O Bahia vai ser muito incisivo. Ou se tem uma estratégia econômica e de transmissão para 2019 ou a Copa fica estremecida ou até inviabilizada”.

Por que trouxe e demitiu Guto?

“Se fosse por pressão de torcida, eu nem teria trazido. Uma parte grande da torcida tinha rejeição pela vinda de Guto, pela primeira saída dele, mas para mim de uma forma equivocada. Mas, o torcedor tem direito por agir com emoção. É normal clubes mandarem treinadores irem embora, mas virou uma anomalia no futebol quando um treinador pede para sair do clube por si próprio. Um contrato é o equilíbrio entre duas partes. Direitos iguais. Escolhemos Guto por acreditar que ele era o técnico mais capacitado para dirigir o Bahia naquele momento”.

“No entanto, com algumas restrições de estilo de jogo e, principalmente, pelo desempenho fora de casa. Se Guto tivesse encaixado um jogo melhor fora, certamente teria mais tempo no clube. Então, quando a gente entendeu que não tinha mais segurança, optamos por sua saída. Mas sua vinda foi decisão minha e de mais ninguém”.

Outros temas também foram abordados, como a construção da loja e do museu do Bahia na Arena Fonte Nova, empréstimo para reaquisição do patrimônio, apoio do Conselho Deliberativo e sua primeira experiência como dirigente de futebol.

Confira toda a entrevista de Bellintani no Papo com Tillé desta última segunda-feira (13)

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