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Bellintani: ‘vamos fazer transformações na gestão de futebol’

Notícia
Entrevista
Publicada em 4 de dezembro de 2020 às 17:19 por Victor de Freitas

Entrevistado pelo ecbahia.com nesta sexta-feira (04), o atual presidente e candidato à reeleição, Guilherme Bellintani, avaliou o desempenho do clube no futebol durante o último triênio e prometeu transformações na gestão se for reeleito.

Levando em consideração toda a importância da gestão de futebol para o Bahia, Guilherme Bellintani foi perguntado sobre como vê o desempenho do clube durante os últimos três anos – de 2018 até este momento de 2020.

Em sua opinião, o candidato à reeleição ao cargo de presidente do Esporte Clube Bahia afirmou que não vê o futebol como uma tragédia em sua gestão, mas entende também que poderia ter sido melhor.

“Nos aspectos menores, das decisões do dia-a-dia, eu tenho uma lista enorme de arrependimentos. É como aquele centroavante que está na área e perde o gol. Acredito muito nisso. Só se arrepende quem tem coragem de tomar decisões. Mas também ao mesmo tempo eu não sou desses que dizem que não se arrependem de nada. Mas, também acho que a gente ficou devendo um resultado melhor no futebol que é consequência do próprio volume e desenvolvimento que o clube gerou nos últimos três anos. Isso gerou expectativa. Nenhum clube do Brasil, fora o Fortaleza que subiu da B para a Série A, nenhum outro dobrou orçamento em dois anos. Nós dobramos o orçamento organicamente, sem investimento externo ou empresário colocando dinheiro. Dobramos pelas políticas implantadas. (A cobrança aumenta) quando dobramos orçamento, organizamos o clube e inaugura um CT com recursos próprios, sem vender o CT anterior, quando eu passo a ocupar uma função relevante no cenário nacional como coordenador da Comissão Nacional de Clubes, eleito pelos próprios clubes. O Bahia passou a ser respeitado como um clube sério. Isso veio de antes da gestão de Marcelo Sant’Ana, mas a gente deu profundidade a isso. Aí, o torcedor espera que o futebol também ocupe esse lugar de destaque. Evoluímos no futebol, mas não na dimensão que precisávamos”, comentou.

“(…) Divirjo completamente que o futebol não evoluiu e ficou devendo demais. Não concordo. Nos dois primeiros anos anos, ficamos entre os oito melhores da Copa do Brasil; na Sul-americana, ficamos entre os oito melhores em dois anos e podemos ir além dessa vez; Campeonato Brasileiro, faltou chegar na Libertadores, mas nos consolidamos como meio de tabela. Acabamos com a ideia de que era um time que chegava para não cair. Fizemos o tricampeonato estadual e uma decepção grande na Copa do Nordeste. Perdemos duas finais. Talvez por situações anímicas, de a bola não entrar, por circunstâncias que não são erro no planejamento. Não acredito que alguém perca final de campeonato por erro de planejamento. Erro é ser eliminado na primeira fase. Perder na final não é erro de planejamento. Tudo isso não é para dizer que estou feliz com o resultado no futebol. É para dizer que apesar dessa evolução, saindo de 21º para 10º lugar do ranking da CBF, posição que nunca havíamos ocupado, ainda está aquém do que poderíamos ter evoluído perto da dimensão que o clube alcançou. Não podemos taxar o futebol de tragédia e nem para se esconder, dizendo que não poderia evoluir mais. Entendo que podemos mais. E por isso digo: a próxima gestão, a gente já começa fazendo transformações significativas no futebol”.

Demora para demitir Roger Machado

“Hoje me arrependo de não ter desligado Roger ao final do Campeonato Baiano. Seria mais justo com o clube e com ele, como profissional, que a gente não começasse a Série A, pois estávamos fragilizados. Hoje, eu teria tomado essa decisão ali. Mas aqueles que defendem que a gente deveria ter tomado essa decisão em fevereiro, eu não concordo. Como eu começo o ano com um treinador e 45 dias depois eu mano ir embora? Não faz sentido. Concordo que demoramos, é algo que eu preciso revisar nas próximas crises e preciso aprender com isso. Mas, ao mesmo tempo, eu acredito que o trabalho mais longo ajude o clube a trabalhar melhor e a se posicionar melhor”.

Chegada de Mano

“Na conversa que tive com Mano, a primeira coisa que ele falou foi: ‘me interessa ir ao Bahia, porque lá vocês protegem o treinador nos momentos difíceis’. Isso foi a primeira coisa que ele falou. E a segunda coisa que ele falou foi: ‘me interessa ir ao Bahia, porque vocês tem um bom elenco’. Então, essa proteção pode nos trazer prejuízo e eu entendo. Entendo que o final do campeonato baiano era ideal para o desligamento. Mas, ao mesmo tempo, não posso agir no mesmo “timing” que a torcida exige nos momentos de maior decepção. Não posso ter o mesmo calor que a torcida tem para tomar decisões. Não digo que o presidente não deve ouvir a torcida. Muito pelo contrário, a torcida deve ser ouvida sempre. Mas, a torcida reage de uma forma mais emocional do que eu tenho que reagir como presidente. Tenho obrigação de ter cabeça fria. De certa forma, se não fizer isso não protegemos a estabilidade do clube. Mas, naturalmente, faço uma autocrítica de que a gente alongou demais (a permanência de Roger)”.

Reduzir irregularidades na gestão de futebol e instabilidade no futebol brasileiro

“O ideal é diminuir irregularidades ou até tirar. A primeira coisa que temos que pensar é que isso é natural. Vai acontecer. O ideal é que aconteça menos. Mas, em 15 competições em três anos – são cinco por ano – a gente vai ter algumas que vão ser decepcionantes. É preciso ter honestidade com o torcedor para dizer isso. O próprio Atlético Mineiro que é o atual líder do Brasileiro, foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil e da Copa Sul-americana. O todo poderoso Atlético Mineiro com mais de R$ 100 milhões de investimento no ano. O Flamengo, que era o todo poderoso no ano passado, está vivendo crise atualmente. O São Paulo, que há dois meses todo mundo exigia a demissão de Fernando Diniz, hoje está colhendo os frutos de apostar no médio a longo prazo. E o Grêmio, tomou 5×1 do Flamengo em 2019, e está se recuperando hoje. Enquanto o Inter, que era líder do Brasileiro outro dia, está vivendo uma crise. O atual presidente não foi para o segundo turno no Inter por causa de uma crise e porque não ganha GreNal há dez jogos. Quer dizer, o futebol brasileiro vive dessa instabilidade porque é muito equilibrado”.

O que fazer para evitar erros?

“Fazer esse diagnóstico não significa que não devemos fazer coisas para evitar tragédias e decepções, mas é importante lembrar que o futebol passa por circunstâncias que não podemos controlar. Acho que precisamos olhar o elenco e os erros de planejamento e aprender com eles. Eu não tenho dúvida nenhuma que perdemos a final do Nordestão por falta de intensidade naquelas finais. E essa falta de intensidade não foi porque os jogadores não tinham raça. Foi o mesmo time que, com toda dificuldade para jogar no segundo tempo, ninguém pode falar que faltou raça contra o Unión. É o mesmo time. Por que faltou raça em um momento e não no outro? Porque estávamos muito abaixo fisicamente. Foi um erro nosso. Não soubemos trabalhar a circunstância da pandemia, tendo que cumprir um protocolo rigoroso no pós-pandemia. A gente veio abaixo das outras equipes. No início do Brasileiro, estávamos fazendo péssimas partidas no segundo tempo. Mas isso acabou. Fomos mal contra o São Paulo, mas isso foi pontual. Esse tipo de erro, precisamos corrigir. Perfil de contratações, também podemos melhorar; análise de contratação, também podemos. E as propostas que estamos encaminhando para o próximo triênio, tenho certeza que vão melhorar”.

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