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Volante campeão em 88 cobra comprometimento ao Bahia e faz críticas

Notícia
Entrevista
Publicada em 22 de agosto de 2020 às 11:14 por Victor de Freitas

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Fonte: Divulgação

Um dos grandes nomes do Bahia na campanha que culminou no bicampeonato brasileiro, em 1988, o ex-volante Paulo Rodrigues se mantém ligado ao Esquadrão de Aço mesmo após tantos anos. Como torcedor, o antigo capitão cobrou comprometimento ao time após o empate concedido ao São Paulo na última quinta-feira.

Em áudio enviado a um grupo de torcedores do Bahia, Paulo Rodrigues garantiu seguir acompanhando o clube de perto e que ficou indignado com a forma como o time tricolor cedeu o empate ao São Paulo, no Morumbi.

O melhor volante do Brasileirão de 1988 pediu respeito ao torcedor do Esquadrão, cobrou liderança do capitão Ernando e classificou como “displicência” o gol perdido por Élber, que fatalmente garantiria o triunfo fora de casa.

Confira a declaração de Paulo Rodrigues:

“Eu acompanho o Bahia sempre, mesmo à distância, e o que eu percebi é que falta um pouco de compromisso até mesmo com o torcedor, um pouco de respeito com o torcedor. Fiquei no Bahia de 1988 a 1992 e me lembro bem que todas as vezes que conversávamos era respeito ao torcedor, para aquele cara que fazia esforço para pagar ingressos, ser sócios e torcia quando jogávamos fora. Inclusive na final do Brasileiro, falamos que nossos corações estavam com o pessoal que torcia pela gente. E é isso que o jogador tem que pensar. Principalmente no torcedor, porque é ele quem faz sacrifícios. Uma equipe sem torcedor é uma equipe morta e o Bahia tem o privilégio de ter essa torcida grandiosa, que é uma legião e o jogador tem de fazer de tudo para estar do lado desse torcedor”, disse.

Para estar do lado do torcedor, tem que ter comprometimento. Não pode naquele jogo contra o São Paulo deixar escapar uma vitória importantíssima que pode fazer falta lá na frente. Estou aqui dando minha palavra, de quem já jogou, mas de muita humildade, escutando sempre todos do grupo”.

“Acho que falta também a liderança do capitão. Depois da saída do Bobô, fiquei como capitão do Bahia. Sempre fui equilibrado, falar baixo, falar pouco, mas sempre me indignava no vestiário. Jogo importante de Brasileirão, o cara perder um gol na cara do goleiro, em um jogo difícil fora de casa e em vantagem, a gente cercava o cara no vestiário mesmo. Não precisava de Maracajá e nem Evaristo não. O próprio Evaristo nos falava para resolver entre nós, porque ele não iria entrar na briga não. Maracajá a mesma coisa, dizia para a gente se cobrar, pois ele que pagava. E a gente ia para cima mesmo do companheiro que parecia estar displicente, principalmente na hora da finalização. Isso que eu queria deixar bem claro. Cadê o capitão? Capitão é aquele que chama os caras na hora que precisa. (…) Tinha que entrar gente para separar, mas tudo isso era em prol do clube e do torcedor, que era o mais sacrificado. É quem fica nervoso, que discute com os familiares”.

“Quando o jogador entra em campo, tem que dar o máximo. Sair de dentro do campo precisando de tubo de oxigênio. Acho que é isso que está faltando. Falta o capitão chamar os caras e falar que o torcedor está lá. Falta um pouco de comprometimento. E o torcedor do Bahia tem força para cobrar isso. Se sou eu naquele jogo, eu vou pra cima do cara. Tá de brincadeira? Ganham bem pra fazer isso. Eu também, como vocês, fiquei nervoso. Tem que cobrar mesmo, principalmente do capitão. Às vezes o treinador faz algo de errado lá fora, mas o capitão tem o poder de consertar em campo. Parou o jogo, chama os caras. Tem liderança para isso. Que São Paulo o quê? Tem que respeitar o Bahia”.

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