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‘O Bahia é um clube de todos e apoia todos os gêneros’, diz Gadu

Notícia
Entrevista
Publicada em 19 de julho de 2020 às 16:46 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Apesar de todo avanço com relação ao combate da homofobia no futebol, ainda se discute sobre esse assunto, visto que isso é um tabu antigo dentro do esporte – que é um espelho da sociedade. O preconceito existe tanto dentro do futebol masculino, como também no feminino, com o receio de algumas atletas de assumirem relacionamentos homoafetivos.

Em entrevista ao programa “Ao VivAço”, do aplicativo Sócio Digital, as atacantes tricolores Gadu e Verena comentaram sobre o assunto e enfatizaram como o Bahia juntamente com sua torcida tem tratado esse tema de forma inclusiva.

Isso mostra que o clube está aberto para a diversidade e buscando ser exemplo de respeito.

Gadu é artilheira das Meninas de Aço e tem relação homoafetiva com a psicóloga e DJ Juliana Macêdo. A atacante falou como esse assunto ainda é tabu no futebol feminino e como a torcida do Bahia tem tratado esse tema.

“É um pouco triste. Mas assim, eu vou falar um pouco da torcida do Bahia que é diferenciada, como já falei várias vezes. Nunca vi eles fazendo esses comentários, em jogos no masculino que tem essas piadas quando o povo tá revoltado e tal, mas no feminino eu nunca ouvi essas coisas. Então é uma evolução, é uma torcida que tem ser seguida e que apoia bastante o futebol feminino. Você vê que é muita gente torcendo pela gente, que quando pode tá assistindo o jogo e assim, é algo que é triste, mas que a gente já viu que melhorou bastante e eu creio que vai melhorar muito mais”, comenta a goleadora.

Sobre a relação com a noiva Juliana, Gadu falou como foi o processo para assumir seu relacionamento homoafetiva em público, sendo uma jogadora de futebol.

“Assim, foi bem tranquilo. Já teve uma colega minha que veio conversar sobre isso, mas assim, pra mim não teve aquela dificuldade, porque ela tinha medo do clube ver com outros olhos e tal. Mas não, como já falei, o Bahia não…o Bahia é um clube de todos e apoia todos os gêneros. Então assim, não foi difícil pra mim por isso. Acredito que se fosse um outro clube seria mais difícil, algo mais pensado da minha parte”, explica Gadu.

Verena também falou sobre esse assunto, citou um caso envolvendo a jogadora da Seleção Brasileira Feminina, Cristiane Roseira e ressaltou que apesar da homossexualidade no futebol ainda ser um tabu, as coisas tem evoluído para uma melhora.

“Ainda tem muitas barreiras. A própria Cristiane (jogadora de futebol) fez uma publicação recente, no qual ela falava isso e que as vezes ela tinha medo de expor a sua sexualidade para não perder patrocínio, pra não perder seguidores…essas coisas. Ainda é um tabu, mas que aos poucos como Gadu falou, tá melhorando”, afirma Verena.

Há a expectativa de que as meninas voltem aos treinos presenciais entre fim de agosto e início de setembro.

Até o momento só houve uma rodada no Brasileirão Feminino A-2 e a equipe feminina goleou a UDA-AL por 8 a 0, na primeira rodada da competição, com destaque para as goleadoras Gadu e Ellen que marcaram três gols cada.

O Brasileirão Feminino A-2, que tem as Meninas de Aço como uma das postulantes ao acesso, tem reinício marcado para o dia 18 de outubro e final prevista para 31 de janeiro de 2021. A competição não sofreu alterações em seu formato de disputa.

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