Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Dado Cavalcanti foi demitido do comando técnico do Bahia em 17 de agosto após uma série de resultados ruins que deixaram a equipe tricolor na parte inferior da classificação. Três meses depois, ele quebra o silêncio ao detalhar alguns motivos que, segundo ele, poucos conhecem a respeito dos bastidores.
Em entrevista ao Yahoo Esportes, Dado Cavalcanti afirmou que, acima de tudo, a pressão gerada por torcedores nas redes sociais foi crucial para a decisão da diretoria pela sua saída.
“Entendo que existe uma terceira força muito grande nesta relação treinador-gestor, que são as redes sociais. A torcida tem um peso muito grande nas redes e a sequência de resultados ruins, com jogos não tão bons, foi resultante (da pressão) das redes sociais pedindo a troca. O que levou ele (Guilherme Bellintani) a trazer um estrangeiro, não tenho condição de entrar neste mérito”.
Mas, não só isso. Além de fatores externos, como a indignação da torcida, o treinador relatou que problemas internos tiveram impacto direto para a sua demissão, pois geraram a queda de rendimento do grupo dentro de campo.
Em sua análise sobre o Bahia, o ex-técnico tricolor afirma que o Esquadrão vai escapar do rebaixamento pelo fato de ter conseguido resolver a maior parte dos problemas financeiros que causaram dificuldades internas.
“O Bahia vai escapar. Se faz necessário dizer o porquê. Não é nada aleatório. Entendo que o Bahia passou por muitas dificuldades. E passei o momento mais delicado, porque culminou as dificuldades esportivas, financeiras e de gestão, que essa sequência foi absurda em muitas ocasiões e culminou com a minha saída. Mas todos sabiam que íamos passar por essa dificuldade. Era um objetivo passar, mas não consegui”.
“Era meio de tabela, jogos difíceis, problemas financeiros por causa da pandemia. Ajustes de entradas de valores que estavam em contrato, mas não entraram. Isso trouxe uma desconfiança do elenco com a direção e dificuldades daquele meio e mudanças de foco”.
“Pensava em salário, pois tinha dívidas. Isso sei que passou. O Bahia hoje conseguiu resolver os 85% dos problemas financeiros. Grupo de jogadores mais equilibrado, que retornou. Guto Ferreira tem uma identificação com o clube. Acredito muito que o Bahia não vai cair”.
Carências no elenco do Bahia durante sua passagem
“Tenho uma relação muito boa com o Bahia. Não mudou nada, nem com a minha saída. Na minha saída, o Guilherme foi muito franco em falar que em outra oportunidade tinha condição e possibilidade de acreditar ainda no meu trabalho e segurar um pouco mais, porque sabia da dificuldade do Bahia. Tínhamos dificuldade de peça de reposição. Ganhamos Copa do Nordeste com três atacantes de lado apenas. Tínhamos necessidade extrema, tanto que foram contratados três jogadores para isso”.
Gestão do Bahia
“No Bahia tive experiências que não tive em nenhum clube. O presidente e o vice são remunerados. Você foge muito do estatutário, daquele cara que passa o dia no trabalho ou empresa e a noite dá um “pulo” no clube para saber como as coisas estão. No Bahia, tomei café e almocei com o presidente, pois ele vive o clube e viaja todos os jogos. Dedica 24h ao clube”.
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