Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Eduardo Freeland foi contratado pelo Bahia para assumir a direção de futebol do clube em 2022, com o objetivo de conquistar o acesso à primeira divisão. Ao fim do ano, com a subida de divisão confirmada, o dirigente tem seu futuro indefinido em razão da chegada do Grupo City.
Com dois acessos conquistados em anos consecutivos, o profissional afirma estar com a cabeça tranquila pela missão cumprida no Esquadrão e que aguarda definições que serão feitas após a aprovação da oferta do City Football Group.
“Hoje eu tenho um vínculo com o clube, mas a minha posição é muito estratégica. Estou com a cabeça muito tranquila, porque o objetivo para o qual fui convidado a vir era entregar o Bahia, obviamente junto com os profissionais do clube, para a Série A. Eu vim para isso. A partir de agora é aguardar o que o grupo e o Bahia vão definir”, disse o profissional, ao podcast Segue o BAba, do portal ge.
Freeland reforçou o que vem sendo falado pelo presidente Guilherme Bellintani, de que as conversas sobre o planejamento estratégico para 2023 já começaram mesmo antes da confirmação do Grupo City como novo gestor do futebol tricolor.
“A gente tem conversado há um tempo sobre jogadores, perfil de jogadores, como seria a montagem do elenco de acordo com o possível orçamento que a gente tenha. Essas conversas sim. Mas a gente ainda não mergulhou. Imagino que a espera pela definição era determinante, porque um planejamento para Série A ou B é completamente diferente por orçamento e nível técnico que são exigidos, mas conversamos muito sobre conceito”
Na entrevista ao ge.globo/ba, o diretor de futebol fez um balanço sobre seu trabalho e da trajetória do Bahia na Série B, como por exemplo as trocas no comando técnico.
Troca de técnicos
O Bahia teve três técnicos na Série B, sendo que Guto Ferreira, o primeiro deles, saiu com quase 60% de aproveitamento no fim do primeiro turno, com resultados e desempenho que não foram superados pelos seus sucessores.
Na opinião de Freeland, a oscilação do time com Guto iria levar o time a sair do G-4.
“A gente, hoje, faz uma análise que o nível de oscilação do segundo turno foi maior do que imaginávamos, que foge do controle. A gente avaliou que a permanência do Guto levaria a sair do G-4”.
A saída de Enderson, por sua vez, foi feita como uma forma de não dar brecha para surpresas no fim do campeonato.
“Depois, com Enderson, a permanência do Enderson pós-Chapecoense levaria a gente a sair do G-4. É incomum, demanda uma coragem grande. E eu assumo a responsabilidade (pela demissão faltando seis jogos). Mas a gente não queria correr risco. Analisando de trás para frente, futebol não é linear, são muitas coisas que acontecem”.
A vinda de Marcinho valeu a pena?
“Sabia que eu iria sofrer muitas críticas. Eu entendo. Futebol, para mim, vai muito além do futebol. É a maior ferramenta de mudança social. No caso do Marcinho, que eu conhecia o contexto, eu achava que, tecnicamente, tinha condição de jogar na lateral direita. As pessoas falam do André. Entendo que ele e o Borel podem ser melhores, mas o Marcinho tem mais lastro, técnica mais apurada. Nenhuma contratação chega com vaga cativa, o campo tem que falar. Eu conheço muito bem o Marcinho e a família, a índole. Tentei, tentei me colocar numa situação como essa, que pode acontecer com muitos de nós. É um absurdo, mas quase que está na nossa cultura, infelizmente”.
“Olhando todo esse cenário, eu entendi que o Bahia fosse um clube para oportunizar casos como esse. Sei que é polêmico. Mas avaliar, hoje, que ele não performou no melhor nível que poderia, que não seria fácil pelo contexto e tempo parado, que não valeu a pena… Quem viu o dia a dia, o quanto ele contribuiu para o ambiente, talvez não perceba a importância. Acho que valeu à pena”, acrescentou ao podcast Segue o BAba.
A definição sobre o futuro de Freeland no Bahia deve ser oficializada após a votação da proposta de SAF do Grupo City, no dia 3 de dezembro.
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