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Notícia | Baiano

Publicada em 30 de abril de 2016 às 23h26

Problema em 2015, zaga continua sendo o "calo" tricolor em 2016

Retaguarda tricolor sofreu 17 gols nesta temporada e passou nove de 22 partidas sem ser vazada. Diretoria da equipe busca reforços para compor o setor

Da Redação

Não era segredo para ninguém. Muito pelo contrário. De tão evidentes, os problemas defensivos do Bahia em 2015 foram reconhecidos até por Sérgio Soares, treinador do time durante a maior parte da temporada passada. A bola aérea era um pesadelo. E assim, entre falhas individuais e coletivas, 41 gols foram sofridos durante a Série B – 75 durante o ano inteiro. O desempenho provocou mudanças. Jailton e Gabriel Valongo passaram a treinar separados dos demais atletas. O volante Éder concordou em recuar para encorpar o setor e Lucas Fonseca foi contratado. O roteiro, contudo, seguiu sem grandes mudanças. Assim como em 2016, a defesa é um setor crítico.

Em quatro meses da atual temporada, o Bahia disputou 22 jogos oficiais e sofreu 17 gols, média de 0,77 gol por partida. A defesa tricolor não foi vazada em nove jogos, o que corresponde a 40,9% do total. Os números mostram que, em mais da metade dos jogos, o time treinado por Doriva foi obrigado a buscar a bola no fundo das redes. No entanto, o desempenho é superior quando comparado ao Bahia de 2015. Na temporada passada, a equipe de Sérgio Soares chegou ao fim de abril com 25 partidas disputadas e 26 gols sofridos, média de 1,04 gol por jogo.

Se os amistosos disputados em 2016 forem colocados na balança, o quadro da defesa fica ainda pior. Contra o Santos, o time empatou em 2 a 2. Contra o Orlando City, o cenário foi desolador. O time americano goleou o Tricolor por 6 a 1. A bola aérea voltou a se mostrar uma grande ameaça. Na partida, disputada no estádio Citrus Bowl, em Orlando, o zagueiro Seb Hines marcou nada menos do que quatro gols de cabeça.

Em partidas oficiais, a bola aérea não foi uma ameaça real. Apenas um gol foi sofrido pelo alto, contra o Colo Colo. As falhas individuais e coletivas, contudo, se proliferaram. Dos 17 gols sofridos em 2016, ao menos nove surgiram de erros dos defensores. Contra o Juazeirense, na estreia do Campeonato Baiano, o lado esquerdo sofreu dois apagões. No clássico contra o Vitória, Hayner errou ao tentar cortar um passe para Vander e o jogador rubro-negro ficou livre para empurrar a bola para o fundo das redes. No mesmo jogo, a retaguarda tricolor se equivocou na saída de bola e Tiago Real ampliou.


A falha mais grave ocorreu na Copa do Nordeste. Contra o Santa Cruz, pelas semifinais do regional, Robson errou ao receber passe de Paulo Roberto e foi desarmado por Grafite, lance que resultou no gol solitário da partida e que eliminou o Tricolor da competição. Dois dias após o jogo contra o Cobra Coral, o goleiro Marcelo Lomba saiu em defesa do setor, que segue em 2016 com críticas semelhantes às de 2015.

"Não é justo. Eu sei que há uma pressão que vem do ano passado. Justo, não acho. Vejo várias pessoas criticando a nossa bola aérea. Vou tirar o jogo dos EUA [contra o Orlando City, quando o Bahia perdeu por 6 a 1] que foi horrível, mas que a gente foi sem condições de jogar em alto nível. A gente pagou por isso. Ninguém queria errar, e acabamos errando várias vezes. Vou descontar esse jogo. A gente tomou um gol de bola área. Sabe qual foi? Em Ilhéus, impedido. É o que eu me recordo. Aí eu fico ouvindo as pessoas baterem que a gente não tem bola aérea o tempo todo. A gente tomou um gol esse ano, impedido. A gente se cobrou muito no sistema defensivo. No início, a gente demorou um pouco, porque o Doriva veio com uma metodologia diferente. A gente demorou um pouco a entender. Correu riscos? Correu riscos. Mas acho que, a partir de um certo momento, o sistema defensivo começou a dar respostas. No último jogo, a gente tomou um gol que não queria ter tomado. Acabou esse gol sendo decisivo. Mas eu acho que os meninos, Robson e Éder, acabaram levando a melhor em 90% dos lances, ou mais. Acabamos pagando caro pelo gol sofrido. Durante os 90 minutos, acreditei muito que a gente fosse fazer o gol, porque tivemos chances, mas a gente não conseguiu. A gente sai triste. Doeu um pouco pela nossa campanha, pela nossa forma de jogar, pelo time que a gente tem. A gente queria muito a Copa do Nordeste, mas agora tem o Campeonato Baiano, e, graças a Deus, a gente pode disputar o tricampeonato, porque é uma motivação maior", disse Lomba.

A diretoria tricolor não esconde que a busca de reforços para a zaga é uma prioridade. Até o momento, 12 jogadores foram contratados em 2016 para integrar o elenco comandado por Doriva. Lucas Fonseca foi o único zagueiro que desembarcou no Fazendão desde janeiro. Os nomes de Ronaldo Alves, do Náutico, Nathan, do Palmeiras, Werley, do Grêmio, e Léo, do Cruzeiro, foram especulados, mas as negociações não vingaram. Com opções escassas, um jogador formado no clube ganhou espaço mesmo sem atuar em sua posição de origem. Durante a pré-temporada, o treinador pediu ao volante Éder para atuar como zagueiro. O atleta aceitou e atualmente é titular do time.

"A questão do zagueiro, foi o Doriva realmente [o responsável] porque eu fiz alguns treinos no início da temporada meio que completando o time e fui treinando bem, fazendo o que ele queria. E ele foi me passando confiança. Disse que eu poderia jogar ali tranquilamente se eu mantivesse o trabalho. [...] Teve um treino, acho que já na terceira ou quarta semana [de treinamento], que estavam o Doriva e o Eduardo [Souza], auxiliar técnico, e aí o Eduardo falou: 'Éder, pensa na floresta e não na árvore'. E isso eu fui para casa refletindo e eu comecei a pensar no meu futuro, realmente. E eu abracei a causa. Não sei o que pode acontecer. Pode chegar um outro treinador ou eu ir para um outro clube e jogar de volante, de lateral ou que seja, mas, o meu momento, já pensando no meu futuro, eu acho que estou bem encaixado de zagueiro e se for para ser, será", comentou o jovem de 21 

Por Thiago Pereira, para o Globoesporte.com

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