é goleada tricolor na internet
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Publicada em 27 de janeiro de 2018 às 09:46 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Time bom é o que o torcedor decora

Quem esperava por um Bahia com a cara de campeão logo na largada nas duas primeiras partidas oficiais de 2018, levou susto! Início de jornada, cabeças ainda nas férias e o natural mal preparo físico, são alguns empecilhos compreensíveis para que se obtenha uma performance minimamente razoável num início de trabalho. Tudo bem, dá tempo de recuperar posições porque apesar do campeonato ser uma espécie de “tiro curto”, o Bahia tem a obrigação de disputá-lo para ganhar.

Quem conhece as sinuosidades do futebol, sabe que dentro dele há muitos detalhes que são decisivos para o desempenho homogêneo de um grupo em reformulação.  Porém, quando as necessidades forçam mudanças e essas causam dificuldades como adaptações devido à metodologia de trabalho imposta por um novo conceito técnico/tático, o resultado ideal pode demorar mais que o previsto para acontecer.

Guto Ferreira é um treinador ainda em ascensão por ser de uma safra mais nova, dito isso coloco portanto cada qual no seu pedaço. Mas admitamos que há uma razoável diferença entre o que Carpegiani deixou e o que Guto tenta implantar. Trata-se de objetividade. Carpegiani, quando chegou ao Bahia, determinou imediatamente um padrão de jogo, um time titular – salvo as substituições forçadas –  e o colocou em prática com plena convicção do que estava fazendo – embora as circunstâncias à época fossem emergenciais devido à exiguidade de tempo. Treinar era quase impossível, mesmo assim o aproveitamento do Bahia foi ótimo.

Entendo que o atual comandante técnico do Bahia precisa definir um onze e dar-lhe um padrão de jogo. O time não está compactado em suas linhas como deveria. Os passes são feitos demasiadamente longos, quase nenhuma posse de bola, e as ligações diretas – defesa/ataque – é um problema a ser solucionado, porque, além de ser ruim para os jogadores fora da condição física ideal, ainda facilita o trabalho do adversário.

Deixar as competições oficiais começarem sem pelo menos ter um esboço do que pretende apresentar durante a temporada põe o torcedor com duas pulgas atrás da orelha, ainda mais depois de duas derrotas consecutivas, que colocam dúvidas sobre o trabalho que está sendo feito e que de uma certa forma deixa a diretoria exposta às criticas em relação a volta do Guto. Uma terceira derrota em sequência, então… talvez nem desse para segurá-lo no cargo de treinador – salve a Jacuipense!

Em teoria, o Bahia de hoje é melhor que o do ano passado, o que mostra ao torcedor um contexto que prevê ganhar campeonato baiano, conquistar novamente a Copa do Nordeste, ir à final da Copa Brasil, fazer bonito na Sul-Americana e chegar em Dezembro na parte superior da tabela do Campeonato Brasileiro. Por isso é que pedir paciência agora a esse torcedor, pelo que ele está vendo na prática, não é missão das mais agradáveis, porque a expectativa sobre o Bahia deste ano é relativamente alta devido às considerações favoráveis dos meios especializados da imprensa, que é quem forma opinião.

É claro que o princípio de um conjunto não se constrói com vara de condão, mas já tem o tempo necessário para que o Bahia seja destaque e não uma incógnita num certame caseiro. É uma questão de sensatez não criar dificuldade para que isto aconteça. Time bom é o que o torcedor decora, e essa é a parte que faz de Guto um alvo de críticas, porque suas convicções o expõem.

– O futebol mudou muito em relação ao seu conceito, mas o lado anacrônico do torcedor continua. É romântico e prático, diferentemente do que pensam os técnicos desse metiê futebolístico.

Portanto, “seo” Guto, seja menos teimoso, ouça um pouco do sentimento nas arquibancadas e trate de definir um time conforme os anseios da Nação Tricolor, porque para o torcedor não importa muito esse aparato tecnológico, nem comissão técnica cheia de especialistas quase que robotizando o jogador. O que o torcedor deseja é um time vencedor e convincente, que pode até ter tudo isso à disposição, mas tem também de estar voando rasante nas competições desde o início dessas.

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