é goleada tricolor na internet
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Publicada em 23 de fevereiro de 2018 às 21:41 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Pensando bem, 7×1 nem foi tão mal assim

Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2018. Esse foi o dia em que, ao invés de escrever, preferi ser leitor, ouvinte e telespectador. Fiquei desestimulado e preferi fazer reflexões sobre o quase Apocalipse no futebol baiano para não cometer injustiças, as quais todos nós estamos sujeitos quando movidos por forte emoção, sobretudo em episódios marcantes negativamente.

O desequilíbrio emocional e a ausência total de bravura e amor próprio contrariaram algum mantra que fala de grito de glória e nome na história (…).  O reinado de Canabrava foi abalado na sua estrutura pelo desconhecimento dos princípios que regem regras e regulamentos do futebol… e assim escreveram – pela Instituição – a página mais triste do esporte baiano por ocasião do clássico Ba-Vi, que deveria dar exemplos condizentes com a história e cultura da Bahia. Entretanto, fizeram completamente o contrário, jogaram lama também na bandeira do estado.

À essa altura da minha vida como mediano entendedor de futebol, jamais vi um time ser induzido a se apequenar tanto dentro de campo! Foi uma cena patética e de gestos explícitos ao ponto de denegrir através de um recado, extremo em infelicidade, de alguém que comanda uma Instituição secular, que não pertence aos passageiros funcionários e nem à diretoria, mas sim a uma massa torcedora anônima que é a razão de existir do clube. Uma vergonha!

Entrou para a história do futebol brasileiro a “Batalha dos Aflitos” protagonizada por Náutico e Grêmio de Porto Alegre, justo pela dignidade e força de superação nos dois lados. Já para o folclore negativo do futebol baiano entra para a história negra, que ninguém quer escrever, “a fuga das galinhas”. O termo não é meu. É do antagonismo nas redes sociais com seus memes. É a forma de um lado extravasar sua decepção mostrando ao outro lado qual será o preço do roubo do tempo de jogo pelo qual o torcedor pagou sem usufruir.

Não gosto dessas comemorações ensaiadas com coreografias literalmente desarmoniosas. Prefiro a vibração demonstrada com socos no ar às dancinhas tolas e sem graça nenhuma! Mas também digo que nenhuma Lei do futebol as proíbem. Na verdade, os vilões estão tentando sair pela tangente imputando às tolices irresponsáveis de Vinicius o motivo para maquiar o vergonhoso conceito da fuga de campo, pois perceberam e sentiram o tamanho da confusão que arrumaram bestialmente. A briga foi o que menos teve importância no contexto, porque o jogo rolou legal por 18 minutos depois da confusão, até entrar em cena o medo do inconsequente Mancini, ou sei lá de quem mais acima.

Há manchas que jamais desaparecem, passam de geração pra geração e a marca fica ali, viva. O Brasil é vítima de um amargo 7×1, mas o futebol e o mundo foram respeitados com a dignidade que deve se fazer presente em quaisquer competições esportivas, ainda que isso custe dor, lágrimas e vergonha. A mácula sobre o futebol brasileiro jamais será apagada, mas ninguém há de dizer que a Seleção deixou de ser amada e respeitada, ainda mais agora com direção técnica de excelência. Pensando bem, 7×1 nem foi tão mal assim diante do que presenciamos aqui.

Jogadores passam, comissão técnica passa, dirigentes passam, a instituição permanece. Mas a mácula é como ferro incandescente que marca bois, não desaparece. Se tentar consertar, mais sofrimento acontece. O preço das irresponsabilidades é impagável porque o papelão ao qual submeteram o centenário clube rubro-negro vai além dos limites da má fé e transcende a compreensão do mais razoável ser humano. Que pelo menos fique a lição como consequência de um estado de loucura eventual. Assim prefiro acreditar.

Que se aplique as leis com a sensatez que o caso requer. Nenhuma instituição e nem pessoa alguma está acima da Lei. Se neste momento alguma coisa precisa ser feita, essa não deverá ser em favor desse ou daquele clube, dessa ou daquela pessoa, sim em função da moralidade no futebol. Estamos evoluindo moralmente no pleno exercício do Século XXI e isto quer dizer que velhos costumes e atitudes dos homens precisam de profundas mudanças para acompanharem essa evolução.

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