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Coluna

Cássio Nascimento
Publicada em 09/03/2016 às 09h05

Pátria amada, Bahia

Assistimos, nos últimos meses, uma série de revelações escandalosas envolvendo altas figuras da República. Desvelam-se, pouco a pouco, detalhes do que todo mundo já sabia ou desconfiava, mas nunca teve como delimitar em palavras: o mundo da política é, de fato, uma imensa podridão.

Podridão, diga-se de passagem, inerente ao ser humano e seus jogos de poder. Os políticos que aí estão são pequena amostra do povo, uma pequena elite desse povo; e no momento em que setores populares conquistaram o poder, igualmente locupletaram-se dele (e talvez se lambuzando em farta gula). Eis a maior de todas as decepções do brasileiro médio nos últimos 13 anos.

O brasileiro médio, atordoado com tanta porrada nas suas esperanças, perdeu todos os referenciais políticos no que diz respeito ao que “é melhor para o povo” e tenta, aos poucos, criar uma nova epistemologia de si próprio. Aproveitando-se deste vazio cognitivo, setores liberais (na economia) / conservadores (nos costumes) começam, pouco a pouco, a lançar suas pautas reivindicatórias no debate político, equilibrando forças antípodas e flertando com extremismos.

Ora, pois.

Em tempos de reivindicações em prol da democracia no Brasil, praticamente todos os partidos majoritários da atual Praça dos Três Poderes eram uníssonos num só objetivo: ser oposição ao status quo. Formosas aves bicudas saíram da costela dos autoproclamados democráticos, intitularam-se social-democratas e hoje representam o que se intitula “a direita”. Setores mais radicais outrora, simbolizando o que era “a esquerda operária”, jacobinamente falando, hoje são, girondinamente falando, a direita corrupta e patrimonialista a qual deve ser destruída nesse jogo semântico maluco.

As placas tectônicas do cenário político nunca sofreram tão grande abalo como agora. Este governo, uma colher-de-chá da mídia e dos financistas em busca de novos mercados consumidores, agoniza diante dos interesses das forças supremas progressivamente contrariadas, por conta da perda progressiva destes mesmos mercados.  Ao alvorecer do impítima, o país será, nova e automaticamente, o país do futuro.

Vender futuro e esperança é um promissor mercado, e isso a politicalha sabe fazer como ninguém. Em períodos eleitorais, a mídia, ora ela! sempre cria seus heróis, seus vilões, seus salvadores da pátria. O melhor marqueteiro é o sabe oferecer um alfinete do fabricante X e sabe exaltar bem as qualidades do produto em detrimento do mesmo artigo feito pelo fabricante Y, quando alfinete é alfinete em qualquer lugar.  Marketing eleitoral é saber despertar emoções, é buscar no seu alvo o que ele precisa; e vender, mais uma vez, o seu sonho, nem que seja remodelado e maquiado: é um sonho e sonhar não custa nada.

Já se sabe, através das recentes denúncias políticas, que o marketing clássico ainda convence, e acoberta os mais tenebrosos escândalos. O marketing de guerrilha nas redes sociais é o mais recente instrumento de difusão de ideias, ideologias e ideais; e consegue diluir, no seio das massas, pensamentos individuais e/ou de grupos de uma forma mais efetiva: basta um post e uma boa capacidade de escrita.

Aos poucos, o inimigo comunista ressuscita, com força total, no seio de quem tem muito medo de perder o que conquistou com muito sacrifício. Estamos num país capitalista, que sempre foi capitalista, e inclusive aqui se faz capitalismo com patrimônio público e alheio. É preciso criar um inimigo a ser combatido, e um herói para derrotar o tenaz inimigo. Nos bastidores, o mais do mesmo: quem tá de fora quer entrar, e quem tá dentro não quer sair. Assim como no Big Desgraça Brasil, quem se articular mais, ganha!

Em havendo as provas, que se punam os delinquentes. Sem mais. No mais, que a Democracia vença.

“P..., Cássio! Mas esse texto não tem nada a ver com o Bahia!”

Você acha?!

Seguimos em frente, após o desastroso amistoso na terra do Mickey, com um misto de patetas em campo deixando a torcida pluta de raiva e irada como o pato nervoso que pagou o pato. Não pela goleada sofrida, que foi atípica (tão atípica quanto os 7x0 pro Cruzeiro e os 7x2 pro Ferroviário...) e nada valia; mas pela perda de tempo. Para projetar internacionalmente a marca Bahia, isso poderia ser feito em data mais oportuna e com equipe titular. Mas antes esse fosse o maior problema, mais do que os apáticos apologizes de Acbeu do presidente: estamos na segunda divisão e esse é o maior problema.

Para não dizer que não falei de flores, caminhando e cantando o Bahia de Apóstrofo Santana meteu um belo chute nos colhões da Vênus Platinada, assinando com um vanguardista canal internético esportivo e recebendo uma boa grana – esperamos que essa grana, além de boa, seja aplicada com inteligência. Torçamos para que a qualidade maravilhosa das nossas conequissões não prejudique a corajosa iniciativa tricolor.

Domingo que vem tem clássico. Ao final da partida, quatro caminhos possíveis para o torcedor mediano:

  1. Empate: fica como está
  2. Triunfo tricolor: rumo a Tóquio
  3. Derrota simples tricolor: série C
  4. Derrota tricolor por goleada: desfiliação da FBF e CBF

Que o Bahia vença. Que a democracia também vença.

Saudações Tricolores!

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