é goleada tricolor na internet

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Coluna

Cássio Nascimento
Publicada em 09/05/2016 às 08h35

Olhar para a frente

Perder do rival dói na alma. Ninguém gosta de perder do seu arquiinimigo nem em jogo de botão, ainda mais com esse gostinho de “ganhou, mas não levou”, tal qual em meados dos anos 1990, quando o chorume estava em alta e os urubus voavam em altitude de cruzeiro. Ops, foi mal, deu Cuêio.

Na hora do jogo, já pressentindo o resultado indesejado, desliguei TV, uótizape, internet e uscambau: procurei curtir a família nesse dia das mães. Vez ou outra sacava o celular, mas mantive-me firme no propósito de não me estressar mais com o Bahia. Torcer pelo Bahia, nos últimos 20 anos (ou um pouco mais que isso), tem feito mal à saúde.

O tempo passa, e já se vão dez anos longe de Salvador, passando na terrinha apenas a passeio. Por aqui, a 1500 Km de distância, não sofro o deletério efeito das gozações, não sinto o desafiante clima da rivalidade, tampouco ouço o tradicional grito resumido pelo acrônimo BBMP, salvo um ou outro doido, exilado igual a mim, que encontro pela rua. Talvez por isso alguns leitores possam discordar veementemente de mim doravante. Talvez eu esteja sendo chato. Talvez eu esteja ficando velho.

Aqui onde moro ninguém liga, nem dá importância, nem comenta o interplanetário certame estadual baiano: só liga para as equipes do Eixo dos Doze, mormente os times cariocas, cujo grande campeão foi, mais uma vez, a afundada caravela de Vasco da Gama. Em São Paulo, o Santos afastou qualquer possibilidade de zebra e freou a audáxia de um time desconhecido e bem montado, provando que gestão profissional e uma pitada de lugar-certo-na-hora-certa ajudam qualquer equipe a vencer.

Falando em gestão, comenta-se demais o que o presidente tricolor tem feito no extracampo, e buscam justificar os avanços no extra em detrimento dos reveses no intracampo. O presidente Apóstrofo, na parte administrativa, tem seus méritos e deméritos (embora eu acredite que os primeiros prevaleçam). Até o momento, pegou o Bahia na segunda e o manteve nela, conquistando apenas um campeonato baiano sem enfrentar o rival na decisão. Para quem disse que era a vez do futebol, não importando os pormenores, pouco ou nada fez. Não conseguir vencer o rival, a despeito de o campeonato estadual ser obsoleto e anacrônico, é um fracasso sob qualquer ponto de vista, ainda mais quando sabemos que o Bahia perdeu apenas uma vez nesse Baiano, e justamente para o Canabrava no Aterro. O mesmo ocorreu na Copa Nordeste, quando depois de uma campanha “irretocável”, fora derrotado por um clube tradicional, de torcida tão ou mais apaixonada que a nossa.

Discutindo apenas os resultados dentro de campo, nem comentarei questões de arbitragens repetícias e sub-repetícias, viciadas e tendenciosas, tampouco a respeito de jogadores irregulares ou regulares, traídos ou não traídos, porque não quero replicar discurso de medroso ou de derrotado perante uma torcida pequena de um clube completamente desconhecido fora dos limites do seu Estado; e que necessita do sufixo “-da Bahia” para se fazer reconhecido, na ausência de homônimo com a mesma envergadura no país.

O Bahia que se organize para buscar o acesso, e o fracasso do clube não pode ser o sucesso dos opositores de Marcelo Santana, apesar da salutar importância de qualquer oposição, por mais corneteira que pareça ser. Esperamos que, com as novas contratações, tenhamos condições de subir para a série A. Os maiores desafios deste ano, em ordem de dificuldade, foram perdidos até o momento: vencer o rival e conquistar o Nordeste. O terceiro, mais difícil ainda, urge em mais atitudes dentro e fora de campo; sem prejuízo do crescimento institucional, que a meu ver, tem sido uma realidade, porém necessitando de mais ações concretas nesse sentido, como o programa de sócios, que me parece meio devagar quase parando.

Saudações Tricolores!

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