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Coluna

Djalma Gomes
Publicada em 25/08/2017 às 13h30

Bahia tragédia e dor

O tema quase normal desta coluna é futebol, porém, meus editores facultam-me tematizar sobre o que eu achar necessário. O ecbahia.com é um veículo informativo também de utilidade pública e por faculto-me à escrita de um tema com sentimentos muito delicados.

Não podemos desfazer o pesadelo de ontem porque somos menores e mais impotentes do que imaginamos ser, diante de Deus. Resta-nos a oração e a solidariedade como tentativas de ajuda.  

A tragédia estava à espreita, bem ali na bela Baía de todos os Santos, bem à vista da mais bela paisagem que se estende às ilhas e encostas onde começa o Recôncavo. Não era o começo de um dia bonito tão próprio da linda Baía de todos os Santos... 

Quero crer, até para consolar-me, que um invisível navio combatente chegou nas asas do vento à entrada da Baía para relembrar macabramente um passado de perdas e lutas pela liberdade e sobrevivência de um povo sofrido nesse vai e vem cotidiano que perece jamais terminar.

Saio hoje eventualmente da escrita mais leve à alma para incursionar-me pelo deserto adentro da dor das pessoas que perderam familiares e amigos na tragédia que silenciou nas redes sociais todos os "bom-dia!!" da manhã de quinta-feira, 24 de Agosto de 2017, de Salvador para o mundo.

Não somente os familiares estão chorando suas perdas irrecuperáveis... todos nós, principalmente os baianos, estamos com os olhos rasos d'água e almas dilaceradas pela dor. Impossível lidar com outro estado de sentimento que não seja o de tristeza nesses dias. 

Não busquemos culpados porque eles não existem. No máximo todos foram imprudentes, do Comandante do barco aos passageiros. Não deveriam ter ido ao mar. Mas não precisamos entrar no mérito dessa "culpa" porque nada e nem ninguém consertará a dor profunda da alma...

Ninguém trará de volta entes queridos. Nenhum valor monetário será capaz de fazer cicatrizar a dor daquele pai que de uma só rajada de vento perdeu esposa, filho de seis meses e sogra. Metade daquele homem morreu também... 

Numa tragédia dessas, como explicar a morte senão como um fator do imponderável? A dor veio pelas asas da sutileza da morte embalada por ventos, bem como tão de repente assim a revolta das águas.

E hoje... um dia após tudo de ontem, quanta ausência, quantos afagos não foram feitos, quantas palavras de amor não foram ditas, quantas gentilezas negadas, quanto sofrimento nos corações de quem ficou, quanto arrependimento se inseriu nesse contexto de lágrimas por falta de atitudes amorosas... Pensemos hoje na incerteza do amanhã.

Deixemos o orgulho de lado e estendamos os braços aos abraços. A amada ou amado ofereçamos os lábios ao beijo. Perdoemos quantas vezes tivermos que perdoar porque a vida é efêmera e as comoções não dão aviso prévio. Procuremos estar em paz hoje porque o amanhã pode não vir.

Meu abraço fraterno repleto de amor às famílias em lágrimas é o que posso oferecer neste momento de impotência.

Estamos juntos #MarGrande, #IlhadeItaparica, #Bahia

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